CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, janeiro 18, 2018

RUA (DO) BARROSO [2]


Conclusão da parcela histórica da Rua Barroso, cuja reportagem aqui compartilhada circulou em A Crítica, domingo, 15 de setembro de 1974. Belo passeio, essa leitura. 



O SINDICATO DA BORRACHA
Naturalmente, quando Antônio Barroso construiu sua casa a borracha ainda não fazia "milagres" no Amazonas. Mesmo assim, na sua rua, os seringalistas instalaram sede própria, o Sindicato da Indústria de Extração da Borracha do Estado do Amazonas, onde funciona há mais de 10 anos, por gentileza do então presidente Francisco Leopoldo de Menezes, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas. Assim, a rua também é nossa.
E falando da rua e do Sindicato da Borracha, lembramos muitas figuras expressivas do progresso desta terra. O coronel [de barranco] Auton Furtado, a quem o Amazonas está a dever justa homenagem; Arthur Reis, não o que foi governador, mas o outro, seringalista e comerciante, dono do vapor Délio e outras embarcações; do velho Chico Leopoldo, um dos últimos “coronéis” do interior amazônico, cuja vida foi uma constante luta em defesa do interior amazonense, das reivindicações em fav0r de melhores preços para a borracha.

A UNIÃO DOS ESTUDANTES
Prédio da UESA
Onde é hoje a União dos Estudantes (tem um novo nome, parece que é Diretório Central dos Estudantes), eu conheci o Rio Negro, de Flávio de Castro, Aristófano Antony, Joaquim Aspicuelta, velho Reis, Bastos Lira, Joaquim Barateiro.
As maiores glória do futebol rionegrino foram conquistadas com a sede naquele local. Vidinho, Claudio Coelho, Amâncio, Marcilio, Yano e outros.
Quando o Rio Negro passou para a Praça da Saudade, no prédio foi instalado o Juizado de Menores, a Associação dos Gazeteiros com o abrigo do “Pequeno Jornaleiro”. Depois o Governo, parece que Leopoldo Neves, fez a doação do prédio para a União dos Estudantes.
E surgem novas recordações, dos grandes presidentes, Antônio Lindoso, Armando Menezes, Phelippe Daou, Maury Bringel de Melo, Raimundo Parente (que definiu as posições da UEA [União dos Estudantes do Amazonas] e da UESA [União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas]). As lutas estudantis, com lembranças do Raul (Raulito) Armando Mendes, Promotor Público em São Paulo, foi chefe de Gabinete e substituto eventual do Ministro da Justiça; do Rui Brito, agora candidato a deputado federal pelo MDB de São Paulo. Do Restaurante do Estudante (o que foi feito do Chico?), a luta para a construção do prédio do "Dormitório"...

E A RUA CONTINUA SUBINDO
Na esquina da 24 de Maio o Consulado de Portugal.
Não vamos falar dos antigos moradores, das famílias tradicionais da Rua Barroso. Poderíamos cometer algum engano. E a rua vai subindo. Algumas construções mais recentes. Velhas casas com mais de meio século. Sobe-se a ladeira e chega-se ao lado do Teatro Amazonas.
E, aí, a rua termina.
 
Teatro Amazonas, início dos 1900 
A SAUDADE SEMPRE É MAIS FORTE
Começamos falando da casa do Antônio Barroso, onde Gonçalves morou. Coisa de mais de um século. A saudade foi mais forte, e subimos a rua para recordar acontecimentos mais recentes. Do Rio Negro, da União dos Estudantes...
Diria o poeta:
“... e o cemitério da alma acorda de repente..."    

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