Conclusão da parcela histórica da Rua
Barroso, cuja reportagem aqui compartilhada circulou em A Crítica,
domingo, 15 de setembro de 1974. Belo passeio, essa leitura.
O SINDICATO
DA BORRACHA
Naturalmente, quando Antônio Barroso construiu sua
casa a borracha ainda não fazia "milagres" no Amazonas. Mesmo assim,
na sua rua, os seringalistas instalaram sede própria, o Sindicato da Indústria
de Extração da Borracha do Estado do Amazonas, onde funciona há mais de 10 anos,
por gentileza do então presidente Francisco Leopoldo de Menezes, o Sindicato
dos Jornalistas Profissionais do Amazonas. Assim, a rua também é nossa.
E falando da rua e do Sindicato da Borracha,
lembramos muitas figuras expressivas do progresso desta terra. O coronel [de
barranco] Auton Furtado, a quem o Amazonas está a dever justa homenagem; Arthur
Reis, não o que foi governador, mas o outro, seringalista e comerciante, dono
do vapor Délio e outras embarcações;
do velho Chico Leopoldo, um dos últimos “coronéis” do interior amazônico, cuja
vida foi uma constante luta em defesa do interior amazonense, das reivindicações
em fav0r de melhores preços para a borracha.
A
UNIÃO DOS ESTUDANTES
Prédio da UESA |
Onde é hoje a União dos Estudantes (tem um novo
nome, parece que é Diretório Central dos Estudantes), eu conheci o Rio Negro,
de Flávio de Castro, Aristófano Antony, Joaquim Aspicuelta, velho Reis, Bastos
Lira, Joaquim Barateiro.
As maiores glória do futebol rionegrino foram
conquistadas com a sede naquele local. Vidinho, Claudio Coelho, Amâncio,
Marcilio, Yano e outros.
Quando o Rio Negro passou para a Praça da Saudade,
no prédio foi instalado o Juizado de Menores, a Associação dos Gazeteiros com o
abrigo do “Pequeno Jornaleiro”. Depois o Governo, parece que Leopoldo Neves,
fez a doação do prédio para a União dos Estudantes.
E surgem novas recordações, dos grandes presidentes,
Antônio Lindoso, Armando Menezes, Phelippe Daou, Maury Bringel de Melo, Raimundo
Parente (que definiu as posições da UEA [União
dos Estudantes do Amazonas] e da UESA [União
dos Estudantes Secundaristas do Amazonas]). As lutas estudantis, com
lembranças do Raul (Raulito) Armando Mendes, Promotor Público em São Paulo, foi
chefe de Gabinete e substituto eventual do Ministro da Justiça; do Rui Brito, agora candidato a deputado federal pelo
MDB de São Paulo. Do Restaurante do Estudante (o que foi feito do Chico?), a
luta para a construção do prédio do "Dormitório"...
E A
RUA CONTINUA SUBINDO
Na esquina da 24 de Maio o Consulado de Portugal.
Não vamos falar dos antigos moradores, das famílias
tradicionais da Rua Barroso. Poderíamos cometer algum engano. E a rua vai
subindo. Algumas construções mais recentes. Velhas casas com mais de meio
século. Sobe-se a ladeira e chega-se ao lado do Teatro Amazonas.
E, aí, a rua termina.
A
SAUDADE SEMPRE É MAIS FORTE
Começamos falando da casa do Antônio Barroso, onde
Gonçalves morou. Coisa de mais de um século. A saudade foi mais forte, e
subimos a rua para recordar acontecimentos mais recentes. Do Rio Negro, da União
dos Estudantes...
Diria o poeta:
“... e o cemitério da alma acorda de repente..."
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