Vinicius Ruas, Niterói-RJ, em 2016 |
Transcrevo neste post o folheto
sobre este saudoso grande artista, a mim ofertado por seu filho Vinicius Silva,
residente em Niterói (RJ). Não se trata de uma biografia ou arte semelhante, porém
registros de lembranças filiais.
Aos 93 anos, Vinicius segue
colecionando troféus, ainda em dezembro passado esteve em Manaus para receber
uma homenagem.
Mais conhecido pelo seu presépio do que pelas suas
pinturas, Branco Silva (que é comumente
chamado de Branco “e” Silva) na vida real chamava-se Leovigildo Ferreira da
Silva. Amazonense, nascido no Seringal São João, nas barrancas do rio Purus na
entrada do rio Tapauá, em 1892, era filho de um rico comerciante português que
fez fortuna na época como exportador de borracha.
Com um ano e meio de idade viajou para Europa acompanhado
de suas irmãs, de alguns parentes mais próximos e dos velhos. Fez o curso primário
em Berna [Suíça], depois estudou em Lisboa, no Liceu de Artes e de Ofícios e Artes.
Com a queda da borracha, seu pai mandou buscá-lo de
volta para Manaus. Além disso, Branco já estava na idade de servir ao Exército.
No 27º BC teve como companheiros Álvaro Maia [que foi interventor e governador
do Estado] e Américo Antony [competente poeta].
Ao chegar a Manaus ele sentiu-se como um "peixe fora
d'água", explica o filho. "Ele vinha de um meio intelectual mais
sofisticado, falava e escrevia bem o espanhol, o francês e o alemão. Montou o ateliê
de pintura, trabalhou como cenógrafo e produziu placas para o comércio de
Manaus, além famoso pelas decorações que fazia para as festas de Carnaval dos
Clubes".
Branco Silva, tela existente no ateliê do filho |
Além do ateliê, ensinava e produzia pinturas,
Branco Silva gravitava em torno das iniciativas privadas dos europeus funcionando
como intérprete.
Segundo seu filho, o presépio que Branco Silva
começou a esculpir em 1929 funcionava como “caça-níqueis" que ajudava seu
pai a sustentar a família. Para visitar o presépio era cobrado ingresso e o
público não se cansava de admirá-lo. Fora da época natalina eram apresentadas
cenas de amazônicas feitas por ele em papel-marché também mediante pagamento de
ingresso.
Os navios que faziam a rota para Manaus incluíam no
seu roteiro turístico uma visita às exposições do Branco Silva.
Em determinada época da sua vida, o pintor partiu
de Manaus para fazer um levantamento das propriedades da família no Purus. Ali
passou um ano inteiro. O contato com a exuberante natureza r a para sempre a
sua obra paisagista.
Nos anos 40, através da sua amizade com Ademar de
Barros (na época, governador de São Paulo), Branco Silva sai do Amazonas.
Atualmente em Manaus encontram-se pouquíssimos
quadros pintados por Branco Silva. Seu filho ofereceu a explicação para o
fato dizendo que, na partilha dos bens, os quadros ficaram com seus irmãos que moram
em Manaus, com ele ficou o presépio.
Boa tarde, o senhor poderia nos facilitar os contatos do sr. Vinicius Silva? o pai dele conheceu o meu pai e ele também. O Branco Silva deu de presente um quadro dele quando papai passou recitando por Manaus e esse quandro foi a capa do livro do papai, Carne e Alma, publicado em 1950.Temosum perfil no facebook com o título CetenarioRogaciano Leite, em homenagem ao seus 100 anos de nascimento, embora tenha falecido em 1969. Estamos fazendo um documentários sobre a vida e obra dele e gostaríamos de contar com o depoimento do sr.Vinícius Silva. Aproveito a oportunidade para perguntar ao senhor se o senhor conheceu o poeta Rogaciano Leite. Desde já muito obrigada!!
ResponderExcluirA fim de atender uma solicitação:
ResponderExcluirTelefones de Vinicius Ruas - (21) 2709-2636 + (21) 99757-3788
e-mail - viniruas@uol.com.br
Linda história.
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