Recorte do periódico, de 14 maio 1960 |
A
morte do subcomandante dos Bombeiros Voluntários, em 1960, pela forma e a situação
como ocorreu, repercutiu na provinciana cidade de Manaus. Os textos postados
bem demonstram a solidariedade de todos, autoridades obrigadas pela função
pública, e o povo, em geral, como se depreende do testemunho dos donos da
empresa sinistrada.
Ainda nos conhecíamos a todos, ou pelo nome de família ou por alcunha típica. Éramos um imenso grupo quase familiar, ligados pela afetividade e outras virtudes.
Ainda nos conhecíamos a todos, ou pelo nome de família ou por alcunha típica. Éramos um imenso grupo quase familiar, ligados pela afetividade e outras virtudes.
Diante
dessa intensa causa, a cidade chorou no velório de Constantino Machado. As
manifestações foram amplas, como bem publicou em suas páginas o Jornal
do Commercio (14 maio 1960) . E aqui são postadas.
Ainda na alma e no coração do
povo a triste
recordação de C. Machado
A sociedade amazonense, as classes
militares e autoridades principais do Estado prestaram sua última homenagem ao
denodada soldado do fogo — Concedida pensão vitalícia à viúva de Constantino
Machado pelo governador do Estado
Ainda
repercute dolorosamente em todos os círculos sociais de Manaus a brutal
tragédia que, à noite de quinta-feira, roubou a vida do Sr. Constantino
Machado, figura que em vida, desfrutou de real apreço entre nós, pela sua
capacidade de trabalho, dedicação afetiva à família e grande cooperador de
nossa modelar Cia. de Bombeiros Voluntários, onde era um dos seus subcomandantes.
Dada
a lacuna que o mesmo deixou na sociedade de Manaus, na Cia. de Bombeiros Voluntários,
nossa reportagem procurou ouvir o comandante Ventura, colega e amigo do
inditoso soldado do fogo, para que nos dissesse algo sobre a vida do mesmo.
Soubemos,
então, ter sido um exemplar companheiro da esquadra dos homens que lutam contra
os sinistros dos incêndios, onde durante seis anos empregou suas atividades.
Estava Constantino Machado trabalhando em um show que, brevemente, seria levado
a efeito no Teatro Amazonas por iniciativa do comandante Ventura e seus
companheiros, em benefício das crianças internas do Educandário Gustavo
Capanema. Deixou viúva dona Maria Machado e mais três filhinhos menores.
OS FUNERAIS
Seu
sepultamento, manhã de ontem, constituiu outra demonstração de apreço em que
era tido, tornando-se verdadeira apoteose de saudade e de dor, entre seus
colegas, amigos, e toda a nossa sociedade, deixou a sua passagem através da
morte para a eternidade.
Se corpo
foi velado no salão nobre do Luso Sporting Club, onde uma Guarda de Honra
prestou-lhe as homenagens fúnebres. A Guarnição Federal se fez representar, no
velório, por oficiais, sargentos e praças. A Polícia Militar da mesma forma.
Reprodução do JC, 14 maio 1960
Sr.
Antonio José Pina agradece à cobertura dada pelo “Associado”, a respeito da tragédia
em que desapareceu o subcomandante Constantino Machado
Recebemos
atenciosa carta datada de 12 do corrente, cujo teor damos abaixo e pela qual
aquele cidadão, tio do infortunado Sr. Constantino Machado, recentemente morto
no desastre ocorrido naquele dia, com o carro-pipa dos Bombeiros Voluntários,
vem trazer de público seus agradecimentos ao JORNAL DO COMÉRCIO a respeito da
cobertura que fizemos em torno do lutuoso fato, inclusive nossas crônicas e
artigos a respeito:
Manaus, 12 de maio de 1960
Ilmo. Sr.
Diretor do JORNAL DO COMÉRCIO
Nesta
Como tio do Sr. Constantino José
Machado, subcomandante dos Bombeiros Voluntários, tragicamente desaparecido no
dia 12 do corrente, quando desempenhava o cumprimento do seu abnegado dever, venho,
com o devido respeito, apresentar a minha sincera e imorredoura gratidão, não
só pela completa reportagem noticiosa a respeito do corrido, como também pelos
comoventes artigos publicados sobre a vida de meu infortunado sobrinho.
Atenciosamente
Antonio
José Pina
Nenhum comentário:
Postar um comentário