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segunda-feira, janeiro 30, 2023

PMAM: SEUS PRIMÓRDIOS (17)

A propósito do desenvolvimento da Guarda Policial, hoje PM do Amazonas, no período provincial, compartilho novo tópico do meu pretendido livro Guarda Policial (1837-1889).

Primitivo Palacete Garcia, hoje, amplamente aumentado,
Palacete Provincial
 

Palacete Provincial (I)

Consoante a informação contida em Relatório, José Coelho da Gama e Abreu, presidente da Província (1867-68), alude à compra de um prédio em construção de propriedade do capitão (Guarda Nacional) Custódio Pires Garcia pelo governo provincial, no valor de 12:000$000 (doze contos de réis). O sobrado em edificação situava-se à rua do Espírito Santo, hoje Dr. Moreira, cujo terreno estendia-se para o “aterro” (eufemismo para indicar o soterramento do igarapé existente nos fundos), atual avenida Floriano Peixoto. Em frente ao Palacete Garcia, assim crismado em alusão ao sobrenome do proprietário, existia um terreno ocioso destinado à construção de um logradouro conveniente ao entretenimento da urbe.

O parque ali edificado já acumula meia dúzia de denominações: 1) Largo do Palacete; 2) Largo 28 de Setembro (em memória à Lei do Ventre Livre, de 1871); 3) Praça da Constituição (dos primeiros instantes da República); 4) de João Pessoa, no alvoroço do “golpe getulista” em 1930; 5) Gonçalves Ledo; e 6) atual de Heliodoro Balbi (consoante o decreto 472/1953), portanto, há 70 anos mantém esta denominação.

Houve um período em que a praça esteve tripartite, sob as denominações de Gonçalves Dias (local do original Café do Pina), de Heliodoro Balbi (parte central) e de Roosevelt (seção situada após a rua Marcílio Dias), todavia, o prefeito Jorge Teixeira de Oliveira (1974-79) reunificou-as, legando à cidade o largo tal como usufruímos em nossos dias.  A população, no entanto, teima em alcunhá-la de Praça da Polícia, em decorrência da presença do extinto quartel da Força Militar do Estado em seu entorno.

O Palacete Garcia, quando de sua aquisição, destinava-se a abrigar a Tesouraria Provincial, porém, acolheu diversas repartições públicas. Nesse prédio estiveram abrigadas a Assembleia Provincial, a Biblioteca Pública, a Repartição das Obras Públicas, entre outras. A mais marcante foi a Polícia Militar, especialmente pelo duradouro período de ocupação (1890-2002), em cujo edifício funcionou em seus últimos anos o comando-geral da corporação. (segue)

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