Na data da inauguração do Centro Cultural Palacete Provincial que, remodelado, ocupava o tradicional quartel da Praça da Polícia, o jornal EM TEMPO (25 março 2009) publicou um caderno Especial, no qual tive a graça de expor alguns conceitos, extraídos das vastas leituras empreendidas sobre o assunto.
Fragmento do aludido caderno Especial
“O
prédio deve ser incluído entre as edificações mais antigas da cidade, mesmo que
haja sido ampliado e ampliado sem muitos critérios". Essa é a opinião do
pesquisador e escritor Roberto Mendonça, coronel da reserva da Polícia Militar,
a respeito do prédio que fez com que a praça da Polícia tivesse esse nome, cuja
construção data do início da década de 1860. Somente em1867 o estabelecimento foi
adquirido pelo presidente da província (atual governador) José Coelho da Gama e
Abreu (1867/68), para ser o Palacete Provincial.
Três anos depois, em 1870, o presidente da província João Wilkens de Matos (1868/70) anunciou a suspensão das obras no Palacete por "falta de tempo e de operários. E mesmo pela carestia dos materiais". A ordem de Wilkens de Matos foi mantida pelo seu sucessor, José de Miranda da Silva Reis (1870/72), que continuou com a suspensão das obras, em 1871, "por ter se transformado em sorvedouro de numerário".
Os trabalhos de construção do prédio só seriam reiniciados dois anos depois, quando outro governador, Domingos Monteiro Peixoto (1873/75), ordenou que os trabalhos tossem reiniciados. Ele já pensava em abrigar virias repartições públicas no prédio, como a Assembleia Legislativa, o Tribunal do Júri, a Tesouraria e Recebedoria da Província, a Câmara Municipal e a diretoria das Obras Públicas, que ocupavam prédios alugados. Graças ao seu empenho, o prédio foi concluído em 25 de março de 1874, mas a inauguração só ocorreu quase um ano depois, em 28 de fevereiro de 1875.
De acordo com o artista plástico e historiador Otoni Mesquita, em seu livro Manaus, História e Arquitetura:1852/1910, "tratava-se de um prédio com três andares; sem dúvida. Mil obra de grande porte para a província". E completa: "Na realidade, este prédio fora projetado para possuir três pavimentos; mas, por questão de segurança, o terceiro foi demolido".
Quartel
da PM
Antes
de ser concluído, o Palacete Provincial já abrigava o Liceu, a Biblioteca e, a
partir de 1880, a Assembleia Provincial, passando a ser chamado de Palacete da
Assembleia e abrigar o Tesouro Provincial. Depois chegou a Repartição de Obras.
"Mas o prédio ao foi bem construído e, naquele ano, já recebia a sua primeira
reforma, seguida de outra, em 1884, sofrendo alterações e acréscimos e servindo
de sede a inúmeros órgãos públicos", escreveu Antonio Loureiro em seu
livro O Amazonas na Época Imperial".
Foi a partir de 1890 que o Palacete da Assembleia recebeu o quartel da força, que viria a se transformar na Polícia Militar. Foi responsável por esta mudança o governador Augusto Ximeno de Viileroy (1890), mudando o nome da força policial de Corpo Policial do Amazonas para Batalhão de Polícia. Eduardo Ribeiro (1892/96), no entanto, foi o governador responsável em ampliar o prédio do quartel, mudando o nome da força para Batalhão Militar do Estado.
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