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domingo, janeiro 29, 2023

PALACETE PROVINCIAL: SUA INAUGURAÇÃO

Em 2002, há duas décadas, a Praça da Polícia perdeu seu maior referencial, o quartel da Força Pública, que foi transferido para o bairro de Petrópolis. Sete anos depois, em 25 de março de 2009, o governo do Estado inaugurou naquelas dependências o Palacete Provincial, que segue oferecendo diversas atividades culturais.
Quartel da Polícia Militar, em festa noturna

Na ocasião desta solenidade, o matutino EM TEMPO circulou um caderno Especial, no qual ocupei uma página, entrevistado pelo jornalista Evaldo Ferreira sobre a mudança do comando da Polícia Militar do Amazonas.  

Recorte do jornal EM TEMPO, 25 mar. 2009

Em 2002, depois de passar 107 anos no Palacete Provincial, o Comando-Geral da Polícia Militar teve de ser transferido para outras instalações no bairro de Petrópolis. O coronel reformado Roberto Mendonça, que foi subchefe da Casa Militar de 1983 a 1984 e subcomandante da corporação de 1993 a 1994, lembra que a mudança dividiu opiniões.

"A situação em que estava o prédio, bastante deteriorado, inclusive o seu entorno, e pequeno demais para a corporação, levou a PM a procurar outro local e liberar o Quartel da Praça da Policia para outra destinação. Entretanto, muitos dos policiais saudosos, entre oficiais e praças, realmente “choraram” essa separação. Até hoje, muitos gostariam de ver a PM de volta no local”, comentou o ex-PM que serviu a corporação par 30 anos.

Segundo o militar aposentado, o que determinou, de fato, a transferência do Comando-Geral da PM foi a falta de estrutura física. "A mudança era necessária porque o prédio não tinha mais condições físicas de abrigar o efetivo, que havia crescido com o tempo, e nem mesmo os próprios carros dos militares. Agora, o Comando está mais bem instalado", comentou.

Roberto Mendonça é favorável à reutilização do antigo prédio da PM, que, agora se tornou um centro cultural. "A cidade ganhou um belo edifício de arquitetura antiga", disse, elogiando o trabalho de restauro realizado no prédio pela Secretaria de Estado e Cultura (SEC). "Ele também será muito importante porque vai abrigar importantes museus do Estado, como o Tiradentes, que tem peças adquiridas há mais de cem anos, entre elas a bandeira que os soldados amazonenses levaram a Canudos", comentou.

O ex-PM registrou a história da corporação na série "Memória", que foi lançada pelo governo do Estado em novembro de 2000. Ele também pretende lançar o seu livro "Administração do Coronel Lisboa", sobre a vida do também militar Adolpho Lisboa, no atual complexo do Palacete Provincial. O livro é um ensaio histórico que recebeu o prêmio Arthur Reis, concedido pelo Conselho Municipal de Cultura (ConCultura), por meio do projeto cultural Prêmios Literários Cidade de Manaus. 

PM continua no palacete

A Polícia Militar não foi totalmente retirada do prédio, após o restauro do Palacete Provincial. O secretário estadual de Cultura, Robério Braga, informou que o antigo gabinete do comandante, juntamente com todo o mobiliário original, como sofás, cadeiras, mesas, armários, além de objetos de arte, entre eles escudos, brasões, esculturas etc. foram completamente restaurados com o intuito de ser novamente utilizado pelo Comando Geral da PM em ocasiões solenes. "Da mesma forma que o governador Eduardo Braga recepciona chefes de Estado e outras autoridades no Palácio Rio Negro, o comandante da PM poderá realizar suas reuniões e receber convidados aqui no seu Gabinete", explicou Robério, destacando que a sala contém, ainda, a memória da PM. "Todos os boletins históricos da PM foram recuperados e agora estão disponíveis. A história da corporação está registrada aqui", frisou.

 Prédio teve várias utilizações

Antes de abrigar a sede do Comando Geral da PM, o Palacete Provincial teve várias utilizações. Ele começou a ser construído, em 1861, para ser a residência do empresário e capitão da Guarda Nacional Custodio Pires Garcia, que faleceu deixando a obra inacabada. Em 1867, foi comprado pelo presidente provincial José Bernardo Michilles para transformá-lo Paço Municipal.

No ano de 1873, o então presidente da Província (1873-1875) Domingos Monteiro Peixoto concluiu a obra para abrigar as várias repartições provinciais. Após um  ano, em 25 de março, com as obras concluídas, foram instaladas no edifício a Assembleia Provincial, a Repartição de Obras Públicas, a Biblioteca Pública e o Liceu Provincial – atual Colégio Amazonense D. Pedro II. Entretanto, a inauguração ocorreu somente em 28 de fevereiro de 1875.

Durante o governo de Eduardo Ribeiro (1892-96), o Palacete passou a ser o comando da Polícia Militar. Hoje, o prédio considerado um patrimônio tangível que foi tombado em conjunto com a Praça Heliodoro Balbi e o Colégio Amazonense D. Pedro II, encontra-se sob a proteção especial da Comissão Permanente de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico.

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