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quarta-feira, julho 11, 2018

HINOS EUCARÍSTICOS


O bispo do Amazonas, dom João da Matta, preparou o 1º Congresso Eucarístico de Manaus, em 1942. Dez anos depois, coube a dom Alberto Ramos, arcebispo do Amazonas, a organização do 2º Congresso. Entre outras provisões, havia o imperativo de um hino para cada encontro, servindo para conduzir, estimular os participantes.  
Dom Alberto Ramos
Conheci, porque cantei exaustivamente estes dois hinos, quando estudava no Seminário São José. Outro dia, eles vieram ao meu encontro, ao sacá-los do Jornal Cultura (novembro 1974), que anunciava novo Congresso Eucarístico.

Enquanto rememorava a música dos hinos, fui lendo os nomes dos responsáveis pelas obras. Então, lembrei-me de ter visto raramente padre Manuel de Albuquerque (1907-77), quando este circulava entre as cidades de Tefé (AM) e Santarém (PA). Respeitável poeta, produziu a letra do hino.

A música coube ao então padre Pedro Mottais, nascido na França, que ingressou no Amazonas pela cidade de Tefé (AM), onde certamente fez amizade com o autor da letra. Vindo para Manaus, governou a paróquia de Nossa Senhora dos Remédios e a reitoria do Seminário, ao receber a distinção honorifica de cônego. Participante da criação da Faculdade de Ciências Econômicas, instalada em 1958, foi seu primeiro diretor (1958-59). Possuía um automóvel, cujo ruído facilitava aos alunos do seminário saber quando o reitor se aproximava. Todavia, cônego Mottais “mudou-se de Manaus sem despedidas” para São Paulo. Há registros de que esteve servindo à Igreja em Jundiaí (SP), e que veio a falecer possivelmente em São Vicente (SP), já promovido a monsenhor.

Página do Jornal Cultura (novembro 1974)

A letra do hino do II Congresso pertence ao então clérigo Áureo Pereira de Araújo, que não estou bem certo, sigo averiguando, esteja vivendo em Belo Horizonte. Lembro-me dele, pois residia aos fundos do Seminário, pela rua Major Gabriel, onde ora encontra-se um anexo da Uninorte. Sei que ele frequentava o seminário fora de Manaus, penso que os dominicanos. Oxalá esteja vivo.

A música é de autoria do professor José Arnaud (1895-1978). Este maestro era tenente da reserva do Exército e havia dirigido a Banda de Música da Polícia Militar do Amazonas, entre 1945-48. Envolvido na recuperação da história dessa organização musical, recebi informações básicas sobre o compositor do hino de sua filha Lacy Arnaud Soares, nascida em Manaus, porém, residente no Rio de Janeiro, cujo filho David Arnaud Soares é médico cardiologista, em Manaus. Professor José Arnaud deixou boa quantidade de produção musical, infelizmente esquecidas.

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