O bispo do Amazonas, dom João da Matta, preparou o 1º
Congresso Eucarístico de Manaus, em 1942. Dez anos depois, coube a dom Alberto
Ramos, arcebispo do Amazonas, a organização do 2º Congresso. Entre outras provisões,
havia o imperativo de um hino para cada encontro, servindo para conduzir, estimular
os participantes.
Dom Alberto Ramos |
Conheci, porque cantei exaustivamente estes dois hinos,
quando estudava no Seminário São José. Outro dia, eles vieram ao meu encontro, ao
sacá-los do Jornal Cultura (novembro
1974), que anunciava novo Congresso Eucarístico.
Enquanto rememorava a música dos hinos, fui lendo os
nomes dos responsáveis pelas obras. Então, lembrei-me de ter visto raramente padre Manuel de Albuquerque
(1907-77), quando este circulava entre as cidades de Tefé (AM) e Santarém (PA).
Respeitável poeta, produziu a letra do hino.
A música coube ao então padre Pedro Mottais, nascido na França, que
ingressou no Amazonas pela cidade de Tefé (AM), onde certamente fez amizade com
o autor da letra. Vindo para Manaus, governou a paróquia de Nossa Senhora dos
Remédios e a reitoria do Seminário, ao receber a distinção honorifica de cônego.
Participante da criação da Faculdade de Ciências Econômicas, instalada em 1958,
foi seu primeiro diretor (1958-59). Possuía um automóvel, cujo ruído facilitava
aos alunos do seminário saber quando o reitor se aproximava. Todavia, cônego Mottais
“mudou-se de Manaus sem despedidas” para São Paulo. Há registros de que esteve
servindo à Igreja em Jundiaí (SP), e que veio a falecer possivelmente em São Vicente
(SP), já promovido a monsenhor.
Página do Jornal Cultura (novembro 1974) |
A letra do hino do II Congresso pertence ao então clérigo
Áureo Pereira de Araújo,
que não estou bem certo, sigo averiguando, esteja vivendo em Belo Horizonte.
Lembro-me dele, pois residia aos fundos do Seminário, pela rua Major Gabriel,
onde ora encontra-se um anexo da Uninorte. Sei que ele frequentava o seminário
fora de Manaus, penso que os dominicanos. Oxalá esteja vivo.
A música é de autoria do professor José Arnaud (1895-1978). Este
maestro era tenente da reserva do Exército e havia dirigido a Banda de Música
da Polícia Militar do Amazonas, entre 1945-48. Envolvido na recuperação da
história dessa organização musical, recebi informações básicas sobre o
compositor do hino de sua filha Lacy Arnaud Soares, nascida em Manaus, porém, residente
no Rio de Janeiro, cujo filho David Arnaud Soares é médico cardiologista, em
Manaus. Professor José Arnaud deixou boa quantidade de produção musical,
infelizmente esquecidas.
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