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sexta-feira, julho 06, 2018

CORONEL PM FLÁVIO REBELLO (1936-2018)

Coronel Flávio Rebello
O velho coronel vinha travando uma luta desigual para manter a saúde, porém, ontem não resistiu. Encerrou o bom combate. Hoje os familiares, os amigos e os companheiros de farda estiveram presentes para as despedidas. Neste dia, marcado pelo futebol mundial, em que o Brasil decide sua progressão. Por isso, o sepultamento ficou para depois da partida, e, como o esquife estava marcado pela bandeira da “Estrela Solitária”, registro que o futebol nacional foi derrotado.
Já escrevi alguns posts sobre o coronel Flavio, estando espalhados neste Blog. Entretanto, vou expandir as anotações, as de motu proprio, e para atender uma solicitação de seu sobrinho, o amigo coronel PM Eber Rebello.

Flávio Augusto da Silva Rebello nasceu em Manaus, em 25 de janeiro de 1936, ao falecer, ontem, era o oficial mais idoso da corporação. Sua vida profissional começou no Rio de Janeiro, em 1957, onde concluiu o curso de infantaria do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), da 1ª RM/RJ. O estágio obrigatório foi realizado no 17º Regimento de Infantaria, em Cruz Alta (RS). Tão pronto regressou à Manaus, foi incluído na Polícia Militar do Estado, no posto de 2º tenente, em 19 de outubro de 1960. Em decisão do governador do Estado, o professor Gilberto Mestrinho (1959-1963), e apoio do comandante da PMAM, o coronel Assis Peixoto. 

Em outubro de 1965 alcançou o posto de capitão, passando a exercer atividades de direção e controle do trânsito da Capital, com tal intensidade que sobreveio-lhe o codinome de “capitão seta”. Na ocasião, essa repartição ocupava um prédio fronteiro ao Quartel da Praça da Polícia, na rua José Paranaguá com avenida Floriano Peixoto. Somente para os mais jovens: transferido o Departamento de Trânsito (Detran) para outra sede, ali funcionou uma agência do BEA e hoje pertence a uma empresa de importação.
Outro detalhe de sua funcionalidade, ao tempo em que o Dr. Assis Peixoto governou o então Território Federal de Roraima (1963), Rebello, ainda tenente, integrou esse governo.

Os cursos exigidos pela caserna foram realizados todos no estado da Guanabara, ora Rio de Janeiro. Dessa maneira: na Polícia Militar, concluiu os Cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais e o Superior de Polícia (1967), e, no Exército, o de Técnica de Ensino (1969).
Alcançou, então, o posto de tenente-coronel em setembro de 1969, coincidindo com uma reorganização no comando da Polícia Militar, por determinação da IGPM (Inspetoria-Geral das Polícias Militares), a criação da chefia do Estado-Maior. Esta função foi exercida por ele em duas oportunidades: em 1970, em substituição ao coronel Neper Alencar e, entre 1973-76, quando foi promovido ao último posto.
  
Quartel em Petrópolis, 1975
Não obstante, o nome deste oficial encontra-se enraizado, fundamentado na história do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Não apenas pela primazia de ter sido o primeiro comandante (1971-73), mas pelo judicioso cumprimento da missão de estabelecer o “Batalhão Amazonas” no quartel do distante bairro de Petrópolis, em instalação. Foi esta OPM que inaugurou aquele próprio estadual em 7 de novembro de 1971.
A idealização do complexo policial pertence à genialidade de Severiano Porto, construído para abrigar o efetivo da PMAM, então concentrado na Praça da Polícia. Próximo de celebrar o cinquentenário, o edifício apresenta-se muito, muito desfigurado, em parte pela transferência do Comando-Geral e outros organismos policiais, e de vários efetivos.
A decisão do coronel Paulo Figueiredo, então comandante-geral, de deslocar apenas o 1º Batalhão para aquele quartel, deu início à expansão da Polícia Militar. Assim, pode-se afirmar que a presença do batalhão no bairro de Petrópolis possui relevantes valores, a cada ano mais elevados.
Teve o mérito inquestionável de sobreviver num quartel digno pela arquitetura, porém cercado de vielas mal cuidadas, com pouco transporte e nenhuma comunicação, sequer telefone. Tudo isso mudou, hoje o bairro apresenta-se urbanizado e devidamente ocupado.
O velório do coronel Flávio Rebello foi realizado na funerária Almir Neves, da avenida Joaquim Nabuco. O sepultamento ocorreu no cemitério São João Batista. RIP

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