Danilo du Silvan |
Ainda que sem indicação do autor, saquei do Jornal do Commercio, edição de 18 de setembro de 1983, esta apreciação
sobre este literato, que foi igualmente membro do Ministério Público
amazonense. Lembrando que nessa oportunidade, este órgão não dispunha da
vitalidade que demonstra em nossos dias.
Du Silvan foi um dos pioneiros na pesquisa ufológica na
Amazônia. Escreveu Mistificadores da
Ufologia, onde relatou uma das primeiras observações de naves
extraterrestres na Amazônia, fenômeno registrado em Manaus, ao final dos anos 1950.
Du Silvan - um poliedro
Quando chegamos ao Amapá,
encontramos Danilo Du Silvan, como funcionário da Secretaria Geral do
Território, que possuía como titular o saudoso Hildemar Pimentel Maia. Ele
atuava como redator do Serviço de Informações (SI), dirigido por João de Moura
Neves, que tinha como finalidade divulgar noticiário sobre as atividades da
administração e acontecimentos outros que se registravam no Território.
Poeta e jornalista, Danilo
Du Silvan era um jovem intelectual à procura de espaços. Com a ida de João
Neves para a direção da Imprensa Oficial, o jovem jornalista assumiu a chefia
do SI, que teve à sua frente elementos como Delbanor Dias, José Maria de
Barros, Agostinho Sousa e Ezequias Assis, de alta capacitação profissional.
Mas era pouco para o
jornalista e poeta moço. E um dia ele foi embora em busca de novas
oportunidades. Foi para o Amazonas, sua terra natal, levando uma bagagem de
experiências colhidas no Amapá.
Em Manaus deu
prosseguimento aos seus estudos. Formou-se em Direito, exerceu as atividades de
advogado e é hoje promotor público. Mas as suas atividades jurídicas não o
afastaram das lides culturais. Poeta, contista, cronista vem de se revelar
agora como romancista.
Está no prelo o seu livro Mar de Sargaços, detentor do Prêmio
único do I Concurso de Literatura, promovido pela Suframa. Uma estória de
ficção-científica que se passa no ano 2200 e que será entregue aos leitores
dentro de poucos dias.
Em 1953, quando aqui
chegamos, já conhecíamos Danilo Du Silvan, através de trabalhos esparsos
publicados na imprensa local e pela correspondência que trocávamos com Álvaro
da Cunha, que também falava deste repórter ao jovem intelectual que, sem mesmo
nos conhecer, nos escreveu certa vez.
Com Álvaro da Cunha,
Marcílio Vianna, João Neves, ele integrava, com mais uns poucos, a vanguarda
intelectual do Amapá à qual vim juntar a minha poesia judiada. A vida e a
geografia separaram este repórter de Danilo Du Silvan. As poucas vezes que
estivemos em Manaus, não conseguimos contar com ele.
Apenas breves informações,
como a que nos foi trazida por Francisco Sales de Lima, o Chicão. Ele nos Informou das atividades profissionais do Danilo e
de que ele estava pleiteando do Governo do Território o tempo de serviço
prestado a esta terra. Agora nos vêm maiores informes: Santos e José Júlio Nunes Manaus, integrando a
comitiva do Governador Anibal Barcellos para o lançamento de uma nova unidade
que integrará a frota de nossa Companhia de Navegação.
E lá estava o Dr. Danilo
da Silva, promotor público, do Estado do Amazonas. Foi um encontro em que Vitor
Santos e Danilo, que todos conhecem como Du Silvan, mantiveram. Companheiros de
trabalho, relembraram os bons tempos em que a SGT funcionava com Pires da
Costa, Ariosto Cardoso Pais, o velho Cortes, Zé Maria Tourinho, Heldoelson
Alencar e outros.
O nome deste poeta
amazônico foi lembrado e Danilo teve a gentileza de nos enviar um exemplar do
Jornal Cultural que ele edita, que tem o título pitoresco de Porantin-Troféu. É
uma folha de luta, de defesa da cultura, de interesse das coisas da Amazônia.
Danilo abriu as páginas do seu jornal para os intelectuais amapaenses. Nós agradecemos e
retribuímos. Este jornal também está com suas páginas franqueadas aos
intelectuais do Amazonas, porque somos componentes de um todo amazônico.
Para finalizar, diremos
dele o que talvez diria o grande Ivo Torre: Danilo é um poliedro.
Que maravilha lembrar do Dnilo du Silvan. Parabéns!!!
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