CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, maio 12, 2024

MAIS UMA HOMENAGEM

 

DIA DA MÃE

12.05.2024


Renato Mendonça

 Quando eu a vejo, paralisada dentro do belo quadro, fixado na parede azul claro do meu quarto, e olho em seus olhos, sinto que ela esteve conversando com o Senhor; intuo que ela quer me transmitir seus ensinamentos aprendidos na curta passagem pela vida terrena e os de agora, na vida espiritual. Não sei como isso pode acontecer, mas tenho certeza de que acontece...


Dona Dora

Recebo sua mensagem metafísica mesmo não estando mais ali na sua presença. E, às vezes, acredito que Deus quer me motivar, e a usa para isso: abastece-me com a força da sua fé; cumula-me com o discernimento para invocar a sacralidade das coisas, como se fosse um modo de escutá-Lo; faz-me compreender a emblemática da nossa natureza humana, a fim de percorrer o difícil caminho da felicidade.

Francisca P. Lima

É místico! É mágico e esplêndido sentir esses fluídos positivos invadindo a alma, apesar de parecer estranho para a maioria das pessoas. Porque esse comportamento transcende o entendimento habitual, as pessoas só acreditam em coisas palpáveis, e não percebem que o que movimenta o nosso corpo é o espírito. E esse espírito — imortal! — não tem idade, não se presta ao descanso; quer nos animar sempre, mesmo que as adversidades estejam ali presentes.

Não desejo individualizar esta homenagem, a despeito da introdução se referir apenas à minha mãe. Quem me deu à Luz, assim como a mãe de Jesus, representa todas as mães que pude conviver e me abastecer de seus carinhos, mimos e ensinamentos. E foram algumas, com os seus estereótipos diversos, mas com seus encantamentos únicos, sublimes. Eu sou fã de todas as mães verdadeiras, aquelas que sofrem ou se encantam com seus filhos, as que têm a empatia materna tatuada no coração; há aquelas que, além de cuidar e educar os filhos, ainda têm a sua função de filha dedicada, zelam por seus pais idosos ou doentes. Nutro por essas espetaculares criaturas humanas um sentimento de admiração, de carinho e, simbolicamente, quero consagrá-las no altar da glória de Deus. 

Neste dia, escolhido em um domingo do calendário, exclusivamente para homenagear essas altivas criaturas humanas, desejo me congratular com todas elas, com essa legião de anjos terrestres e celestes.

Além de minha mãe, não posso deixar de lembrar de minha avó, Dona Victoria Malafaya. Uma mulher iletrada, mas sábia na condução de uma família destroçada, que soube suprir como uma matriarca, a perda de minha mãe, falecida precocemente. Ensinou-me o caminho do discernimento juvenil e, também, o seu idioma castelhano, que ainda hoje carrego comigo na mente e no coração. Livrou-me muitas vezes dos castigos que meu pai queria me impor, por minhas peraltices. Com sua sabedoria inca, apenas fazia-o refletir que eu era um menino ainda, órfão, e necessitava de amor, carinho e compreensão. E ela soube, em raros momentos de sua vida, me doar esses sentimentos.

Dona Doroteia Santos, foi uma madrasta revestida com uma auréola de mãe verdadeira. Sofremos juntos as dificuldades de uma família humilde numa cidade sem perspectiva econômica dos anos 1960. Ela ensinou-se como lidar com as adversidades e me mostrou um estoicismo incomum para uma mulher com sua limitação cultural. Junto com ela, aprendi que o trabalho dignifica qualquer pessoa, em qualquer idade; aprendi como cuidar os meus irmãos menores, da nova geração; ao lado dela descobri que para ser feliz não necessariamente precisamos de bens materiais, precisamos ter fé no futuro e se rejubilar com o presente. Com aquilo que Deus nos oferece em cada etapa da nossa vida.

A todas essas mães, e outras que falarei em breve, minha gratidão e meu apreço.

Minha congratulação, Mães, em todas as dimensões! 

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