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domingo, maio 26, 2024

CABO TELEGRÁFICO SUBFLUVIAL

Nunca mais se ouviu comentário ou se leu notícia sobre o cabo telegráfico fluvial que ligou as capitais do Norte ao final do século XIX e início do seguinte. Imagine-se a distância entre Manaus e Belém, seguindo as curvas do rio Amazonas. Ao lado das dificuldades técnicas de então! fácil é conceber a insipiente tecnologia imperante. Todavia, como as capitais esbanjavam recursos provenientes da exploração do látex, tudo era possível. Resultado: a queda da borracha desestimulou o funcionamento do cabo fluvial, abandonado, quem sabe, as piraíbas (brachyplatystoma filamentosum) o tenham consumido...

Capa do referido matutino (acima e abaixo)

Para que o cabo fluvial não se perca nos escaninhos da história, reproduzo uma notícia sobre o mesmo, publicada no extinto matutino A Federação, em Manaus, 22 de dezembro de 1895.

 


Em seguida publicamos as notícias telegráficas transmitidas a S. Exa. o Dr. Governador do Estado, acerca da próxima instalação do cabo subfluvial entre Manaus e Belém.

Rio, 12 dezembro 1895.

Exmo. Sr. Dr. Governador Amazonas. [Eduardo Ribeiro]

Tenho a honra de comunicar a V. Exa. que o vapor “Faraday” partiu hoje da Inglaterra trazendo a bordo o cabo telegráfico do Amazonas. O “Faraday” deve chegar ao Pará no fim deste mês e imediatamente dará começo ao lançamento do cabo. A pequena demora havida na sua partida foi devida a ter de esperar pela fabricação de certa quantidade de cabo que após os estudos definitivos foi julgado necessário acrescentar ao primitivamente encomendado. Apresento a V. Exa. os meus respeitosos cumprimentos. -- R. J. Reidy.

A fim de auxiliar o vapor “Faraday” na condução do cabo telegráfico, deve seguir em princípio do mês próximo, de Londres, o vapor “Maloem”, trazendo a parte do cabo destinado aos ramais.

Parte do pessoal contratado para o serviço de lançamento do cabo, quase em sua totalidade composta de telegrafistas brasileiros, chegará a Belém a 25 do corrente no paquete “Olinda”.

No porto desta capitai virá estacionar o vapor inglês “Viking”, a fim de ocorrer aos reparos da nova linha telegráfica. Calculam os empresários da linha que todo o serviço da linha ficará concluído em fevereiro vindouro.

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