Nesta data, há 60 anos, decolou do aeroporto do Galeão com destino a Manaus, escalando pelo Nordeste, o Constellation PP-PDE da Panair do Brasil. O destino da aeronave seria interrompido a cinco minutos do aeroporto de Ponta Pelada, matando todos os 50 ocupantes ao se desmantelar na selva. A penúria de nossa cidade, assim como de organismos federais, fez com que os destroços fossem alcançados em incompreensíveis 10 dias.
A fim de melhor compreender o fato, devo explicar
que ao tempo uma viagem tão longa não era alcançada no mesmo dia. Desse modo, o
PDE depois de cruzar o Nordeste escalando em quase todos os estados a partir de
Maceió, aterrizou em Belém no final da noite de 12 de dezembro de 1962.
Por motivos não elucidados, o avião passou o dia imediato no hangar do aeroporto Val de Cans em reparos. Os registros de periódicos nada acrescem sobre esse impasse, somente que o avião voltou a decolar para Manaus cerca das 23h local. A previsão da viagem era de três horas, no entanto, ao se aproximar do Ponta Pelada desapareceu na selva. Outra observação: no ensejo, o contato entre uma aeronave e o centro de controle era realizado pelo rádio e o telégrafo, daí a importância de um rádio telegrafista na tripulação.
Ainda recordando este trágico acontecimento: pensar
em uma viagem à noite pela região era autêntica aventura. A fim de apoiar o meio
de contato acima comentado, somente existiam duas bases na região: em Santarém
(PA) e Itacoatiara (AM), após isso era a escuridão e os extensos perigos da floresta.
E foi o que aconteceu com o Constellation PP-PDE que, construído na planta
da empresa em Burbank (USA) em 1946, desapareceu nas cercanias de Manaus doze
anos depois.
Sobre este desastre – o maior ocorrido na Região Norte
– escrevi neste espaço, quando do cinquentenário, algumas páginas. A maioria compilada
dos jornais manauaras da época. Neste ano de 2022, estimulado por questionamentos
diversos, estou ultimando um livro que, lamentavelmente, sairá no próximo ano.
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