Duas expedições cumpriram o objetivo de alcançar os destroços e os mortos do Constellation da PP-PDE. Uma, da Petrobras, que buscava auxiliar aos quatro colegas embarcados em Belém; a outra, composta de recrutas do 27 BC, liderados pelo tenente Braga Vieira, e funcionários do Deram.
Fragmento da 1ª página de A Gazeta, 21 dez. 1962
Ambas chegaram ao destino dia 21 de dezembro, lembrando que o avião desapareceu dia 14. Empreitadas de urgência: limpar a área para o pouso dos helicópteros e auxiliar na recuperação dos despojos. Tarefas realizadas com material primitivo: terçado (na linguagem baré) e machado... a motosserra ainda era objeto de pesquisa. Os restos humanos foram recolhidos com as mãos, sem uso de qualquer EPI.
Fragmento do jornal O Poti (RN), Natal, 16 dez. 1962 |
Dos restos mortais de 50 vítimas, somente 19 corpos (ou porções humanas) foram trazidas para Manaus, os demais obviamente foram abandonados à própria degradação e ao pasto dos predadores. O recolhimento dos corpos era (e é) obrigação da Força Aérea. A ausência de tantos corpos proporcionou diversas desventuras junto às famílias desejosas de sepultar seu “ente querido”. A própria companhia aérea viu-se emparedada para atender a este anseio familiar. Então, o que fazer? Algumas urnas funerárias foram entregues com saco de areia, para simular o peso.
Recorte de O Jornal, Manaus, 9 jan. 1963
Passado o réveillon, a
cidade de Manaus seguiu por meio da imprensa as várias iniciativas buscando - ainda
- resgatar os mortos. Ao menos uma expedição foi ao local, supervisionada por
um delegado de Polícia Civil. Além disso, soube a população que o local do
acidente, desprezado pelas forças de segurança, passara a ser visitado por saqueadores,
que levaram tudo quanto foi possível. O enorme avião transformou-se desse modo em
sucata, em suvenires catados ao longo dos anos.
Parte da asa do Constellation exposta no CIGS |
A derradeira lembrança
do avião - parte da asa do Constellation - foi recolhida pelo CIGS
(Centro de Instrução de Guerra na Selva), em junho deste ano, ao memorial que a
organização militar mantém em seu quartel.
Autor desta postagem em pesquisa na
Biblioteca Pública, em Manaus
Empenhei-me no curso
deste ano em produzir uma retrospectiva do desastre do Constellation
PP-PDE da Panair do Brasil, que a selva desmanchou nas cercanias de Manaus. Lamento
que a BAMN pouco caso confira ao maior acidente aéreo da Região Norte. Enfim, ao
lado do amigo Otávio, estou ultimando a publicação.
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