Amanheceu o sábado (15.12) imediato ao desaparecimento do Constellation
da Panair do Brasil. Todos os esforços eram empregados na busca da aeronave,
tanto que o próprio presidente da empresa aérea desembarcou em Manaus na noite
anterior, acompanhado de bom número de dirigentes. A caça ao avião enfim teve
êxito quando, pela manhã, o comandante Patrick, pilotando o
Catalina Papa, Charles, Zulu da própria
Panair, avistou uma clareira aberta na selva. Determinado a
esclarecer o achado, empreendeu idas e voltas com seu avião até esclarecer a infeliz
descoberta, assim como marcar os azimutes de localização.
Prontamente as autoridades tomaram as providências para enviar o resgate por via terrestre, posto que a floresta não recomendava que os paraquedistas vindos da BABE saltassem sobre o local. As forças da Aeronáutica eram insuficientes, restando à Força Terrestre a “obrigação” de processar a busca. As forças estaduais, incluindo os Bombeiros municipais, em nada podiam contribuir, os organismos da Segurança Pública era então um descalabro.
Ao final da tarde desse dia, os jornalistas locais foram acomodados em um Catalina da FAB para um sobrevoo na área do acidente. As imagens publicadas são precárias, pois o aparelho era impróprio para as fotos e, ademais, as máquinas fotográficas eram mais ainda.
Diante desse quadro, sobrou (gíria castrense) para o 1º tenente EB Manuel Luís Braga Vieira que foi acordado neste sábado com a missão de reunir uma tropa e se apresentar no aeroporto de Ponta Pelada para seguir em busca do PP-PDE. O tenente Braga havia concluído a AMAN em 1959 e chegara a Manaus em 1961. Nascido em São Paulo, Braga, servindo no 27 BC, pouco conhecia da selva em que se desmanchara o avião e seus ocupantes. Ainda assim, foi o maior artífice do resgate. O BIS ou o CIGS deve-lhe uma homenagem.
A estrada Manaus-Itacoatiara estava sendo finalizada, a obra era executada pela Pavinorte, sob a supervisão do Deram. Os mateiros desta repartição contribuíram grandemente com a tropa do 27 BC. A “sepultura do Constellation” distava 15 quilômetros desta rodovia, distância que pode ser alcançada em quatro horas de marcha. No entanto, como os militares necessitavam abrir picadas, subir e descer os barrancos, desviar-se de obstáculos de diversas amplitudes, levaram 4 dias. Acrescidos de mais dois dias até que o comando das buscas decidisse que a entrada na selva seria pela rodovia.
Em suma, foram gastos oito dias, entre a queda e o alcance dos destroços e despojos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário