CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

segunda-feira, novembro 12, 2018

SALESIANOS NO RIO NEGRO


Esta notícula (consoante registrou o saudoso padre Nonato Pinheiro) 
sobre a Missão Salesiana do Rio Negro, saquei-a do 
Jornal do Commercio, de 7 de agosto de 1965.
Capa do livro

Aí me lembrei de que possuo enorme compêndio sobre o mesmo assunto, organizado por Dom Pedro Massa, por ocasião das festas jubilares deste apostolado (1915-65). Consultando as datas vi que ambas as publicações estão envolvidas com o festejo.
Ontem, voltei a manusear o livro, em busca de alguma referência acerca da Polícia Militar do Estado. Para meu desapontamento, nada encontrei, porém, abundam páginas sobre o apoio do Exército e da Força Aérea. Então, qual terá sido o motivo do blecaute? É simples: quê possuía a PMAM para oferecer aos Salesianos? Apenas a presença de poucos soldados ali destacados, isolados naquela imensidão.

A presença mais considerável da Força Policial começa em 21 de abril de 1976, quando o Governo cria (sem implantar) uma OPM, com sede em São Gabriel da Cachoeira. Dois anos depois, esta unidade toma a denominação de 6ª Companhia Independente e, somente em janeiro de 1984, o então tenente José Moreira Nunes inaugura esta OPM.

No entanto, apesar desse descompasso, os Salesianos encaminharam ao comando da PMAM um exemplar do livro De Tupan a Cristo: Jubileu de ouro das Missões Salesianas no Amazonas (1915-65). Ao tempo, a corporação policial ainda preservava uma Biblioteca (a caminho do desamparo); assim fez constar em Boletim (30/07/1966) a doação. Com a desativação da biblioteca, este livro (foto), confesso sem pudor, encontra-se sob meu arrimo.

Sob o seu aspecto religioso o Rio Negro deve a sua primeira catequese aos Padres Mercedários que aí trabalharam por alguns decênios. Ao fim de 1600 foram substituídos pelos Carmelitas, beneméritos missionários do Rio Negro por quase um século, consolidando o trabalho apostólico nos centros de Moura, Carvoeiro e Barcelos, e estenderam a catequese também aos rios Uaupés, Tiquié e Içana e a todo o território rionegrino.
Na história da colonização do Amazonas, não faltou infelizmente a página negra e nefasta de Pombal: as leis vexatórias e anticlericais assinalaram para o Rio Negro também, não só o afastamento forçado de todos os missionários, mas o fim da civilização e do progresso, ligados historicamente à religião. Por 50 anos a decadência se acentuou com o abandono e a deserção, até que, mais ou menos em 1830 vieram os Capuchinhos a retomar o trabalho apostólico que, juntamente com os Franciscanos, continuaram com grande sacrifício até 1914.
 
UM GRANDE BISPO – Nos primórdios deste século com a criação da nova diocese de Manaus, a Providência suscitou o Pastor que veio assinalar a curva decisiva para o futuro religioso do Amazonas: Dom Frederico Costa, Bispo de Manaus. Em 1908, percorreu com coragem indômita a vastíssima circunscrição, subindo o Rio Negro até a Colômbia e a Venezuela.
Desanimado diante de tal extensão, foi a Roma para expor ao Papa, São Pio X, o plano de desmembrar da sua diocese vastas zonas para fazer delas Prelazias e futuras Dioceses. Depois recorreu a vários Institutos missionários e foi a Turim para oferecer ao venerável Padre Rua, então Reitor Maior dos Salesianos, a Prefeitura Apostólica do Rio Negro.
A Congregação Salesiana não podia recusar, embora prevendo as enormes dificuldades. Poucos meses depois, de São Paulo partia o intrépido monsenhor Giordano acompanhado pelo missionário Padre João Balzola, rico de experiência pelo trabalho entre os bororos de Mato Grosso.Existiam graves problemas para resolver: problemas religioso-moral, problema educativo, problema sanitário em uma zona altamente endêmica, sem esquecermos o problema alimentar. O que atraiu foi a juventude: dos anciãos, queimados pelo álcool e pelos vícios, nada mais se pode esperar. Mas como e onde preparar os jovens, se os 40.000 habitantes estavam espalhados sobre 200.000 quilômetros de superfície?
NA. Trata-se da primeira parte, ainda busco as demais publicações. Que Dom Bosco me ajude!

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