A instalação do CMA (Comando Militar da Amazônia) em Manaus, oriundo de Belém do Pará, motivou esplendido júbilo nesta capital. A imprensa, como para registrar este sentimento, produziu páginas de louvores. O Jornal, um dos periódicos em circulação, editou uma página dando as boas-vindas a este grande comando das Forças Terrestres, ainda em nossos dias disciplinado a atuação verde-oliva na Amazônia. José Feitosa subscreveu a matéria pautada na edição de 3 de julho de 1969, aqui parcialmente compartilhada.
PARA se contar em minúcias a história do Exército na Amazônia Ocidental será necessário retroceder nos anos, até os tempos mais remotos da nossa era, quando da descoberta e daí partir para o crescente movimento feito na região, procurando desenvolvê-la e fazê-la notada por todo o resto do país e do Mundo, (...)
NÃO É COMO ATUALMENTE —O Grupamento de Elementos de Fronteiras que conhecemos hoje não nasceu viçosa como hoje é, e sim, foi fruto de um intrincado processo evolutivo que tem suas raízes no estabelecimento dos primeiros fortes portugueses, que no século XVII tomaram posse da terra para a Coroa Lusitana. Dalí, até os nossos dias, mesmo encontrando os mais sérios obstáculos em sua caminhada os valentes soldados sempre se mantiveram firmes no Amazonas, procurando dar tudo de si para o desenvolvimento dessa área.
Os maiores obstáculos encontrados pelos primeiros militares que se fixaram no Amazonas, foram as distâncias, a falta de recursos de entidades oficiais, e principalmente as dificuldades criadas pelo próprio meio ambiente, as quais não permitiam um método normal de vida dos mesmos. (..)
27º COLABOROU DECIVAMENTE —Vale ressaltar que para a formação dos pelotões de fronteiras, as sementes foram tiradas do 27º Batalhão de Caçadores, entre os anos de 1920 até 1942, quando aquela corporação colaborou decisivamente para manter sempre firmes os pelotões de fronteiras que vigiavam as áreas divisórias em nosso território mantendo sempre presente a Bandeira Brasileira no meio da verdejante floresta amazónica. Sacrifício e Tenacidade nunca faltaram aos gloriosos soldados daqueles tempos, para a manutenção dos contingentes destinados à segurança da área mesmo levando em conta as adversidades do meio ambiente, e só graças a essa tenacidade pudemos chegar aos nossos dias caminhando a passos largos para a efetiva ocupação de toda a Amazônia Ocidental conforme os planos estabelecidos pelo Governo Revolucionário.
O COMANDO DE FRONTEIRAS —Só no ano de 1948, considerando uma serie de fatos, entre os quais o vulto das experiencias e das distâncias para a manutenção do comando, rasolveu.se finalmente criar o Comando de Elementos de Fronteiras (CEF), ficando o seu comando atribuído a um major. Foi o primeiro comandante do Comando de Elementos de Fronteira o major Mattoso Maia que ao assumir o posto procurou imediatamente pôr em franco funcionamento todo o dispositivo militar necessário a uma franca ocupação da área obtendo pleno e absoluto sucesso em sua missão, começando daí uma nova era de progresso para a região, justamente porque, com a criação do Comando de Elementos de Fronteira, novas oportunidades de civilização foram abertas e novos métodos de trabalho puderam ser empregados em virtude da maior atenção dispensada pelas autoridades competentes a toda a região.
O principal objetivo do Comando de Elementos de Fronteira, segundo está
expresso na Portaria Ministerial que o criou, era de "proporcionar aos elementos
destacados em guarnições longínquas e desprotegidas de recursos, objetiva e
pronta assistência, e de coordenar suas atividades". Essa Portaria só se
objetivou em abril de 1949.
Nessa época, voltavam à discussão antigas e sopitadas aspirações
estranhas aos nossos interesses que sob forma "Altruísta", desejando torna-la
útil a Humanidade "com fome de espaço e de alimentos'', de nações
superlotadas e famintas, se propunham à Internacionalização da Hileia Amazônica.
Em virtude disso, o EME, juntamente com os demais órgãos responsáveis pela
segurança da Nação, recebeu incumbência de estudar um equipamento mais adequado
à Amazônia, atenta as suas possibilidades. Postas mãos à obra, pelo Exército,
foi criada uma Comissão Militar de Estudos (CME). Em virtude desses estudos e
de medidas governamentais vieram para a Amazônia vários órgãos que deram início
realmente a uma nova política de valorização da Amazônia, (...) mas que agora,
graças à fibra e tenacidade do soldado do glorioso Exercito Brasileiro, já estão
praticamente controladas e dando oportunidade a que comecemos a trilhar os verdadeiros
caminhos de glória que sempre almejamos (...).
Hoje, quando se celebra a solenidade de instalação do Comando Militar da
Amazônia em Manaus, em solenidade que será realizada às 16 horas na Praça
General Osório, sob a presidência do ministro do Exército, general Aurelio Lyra
Tavares, os brasileiros do Amazonas estão ainda mais certos e convictos de que
os esforços feitos pelos nossos antepassados e pelos componentes do Exército
dos nossos dias não foram em vãos (...).
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