O Coral, criado no Dia de São José (19 de março) de 1956, prossegue em atividade, sempre enlevando os assistentes de suas apresentações. Seu criador foi o saudoso Maestro Nivaldo Santiago, que contou com o apoio incondicional da Igreja católica na pessoa do reverendo cônego Walter Gonçalves, então vigário da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, de Manaus.
Detalhe da Catedral de N. S. Conceição, em Manaus |
Este texto pertence ao mencionado sacerdote, publicado em O Jornal (16 julho 1961), no qual esclarece a solenidade em que esta agremiação artística concede diploma de reconhecimento para diversas autoridades, em particular ao governador Gilberto Mestrinho.
Recorte de O Jornal, 16 julho 1961 |
NO dia 13 do corrente, o coral João Gomes Junior que nasceu do Instituto Musical Santa Cecília, completou seu primeiro lustro de ação artística. O maestro Nivaldo de Oliveira Santiago à frente do grupo, perseverante e abnegado, apresentou à sociedade um programa variado e ameno. Foi mais de uma hora de enlevo e voos místicos aos páramos das musas, onde a Melodia espargiu lenitivo de prazer e de agitação irresistível transmitida à gente pelo turbilhão do século.
Ao intervalo maior, o organizador do
instituto musical e, posteriormente, pai e fundador do coral João Gomes Junior,
o impávido e vontadoso Nivaldo, descobrindo a grandeza de seu coração bem
formado, agraciou com reconhecimento e estima, o Sr. Governador do Estado, o
Secretário de Educação, e este pobre vigário, cuja presença, no instante,
funcionou como sombra a destacar mais os dois homens públicos da administração
amazonense. E não vai aqui nenhuma profissão de modéstia,
mas apenas hierarquia de méritos. Num painel que deslumbra, as sombras
concorrem também para o fascínio do conjunto.
Os três homenageados receberam da Sociedade
Coral "João Gomes Júnior" o diploma de SÓCIO BENEMÉRITO. O Governador
e o Secretário de Educação pelo apoio e incentivo que vêm dispensando ao grupo
de cantores nas arrojadas iniciativas de fazer arte entre nós, e este humilde
escrevinhador por ter, anos atrás, impedido o Maestro de ir embora, cantar e
fazer cantar em outras plagas do Brasil, oferecendo-lhe, então, estímulo, casa,
piano e mobília, para as atividades, iniciais, ali na (rua) Visconde de
Mauá, num sobrado da Mitra e que serve, de muito, como sede das Obras Sociais
da paróquia da Catedral.
Foi assim lançada a primeira pedra desse
edifício artístico, erguido à custa de um labor pertinaz e que hoje todos
admiram e aplaudem. Aqui a explicação de se encontrar este padre entre os
homens de prestigio da ocasião. Símbolo da pedra que ficou escondida no
alicerce da construção e que a lembrança agradecida do Maestro pretendeu
mostrar ao público.
Grato, Nivaldo. Lamento não tenha o
Gilberto participado pessoalmente da festa. Foi representado por esse jovial
amigo que é o Desembargador Manuel Machado Barbuda, seu chefe de Gabinete. O
meu comparecimento ao quinto aniversário do JOGOJÚ (sigla de João Gomes
Júnior) obedeceu a um impulso íntimo: levar as minhas palmas ao triunfo de
tantos esforços e penas; unir o meu sorriso e a minha alegria a quantos sorrisos
e alegrias levantaram em apoteose o Coral João Gomes Junior com os 22
componentes e o seu maestro, no dia 13 de julho de 1961, no Teatro Amazonas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário