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quinta-feira, março 24, 2016

CENTENÁRIO DO IGHA: NOTAS (5)

Amanhã - 25 de março - o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) completa 99 anos, sempre no mesmo endereço, com a mesma disposição estatutária, apesar dos entraves e dos desafios.

Para sua história, ao completar 55 anos, o matutino A Crítica (edição de 22 mar. 1972) publicou no caderno Patrimônio a matéria que abaixo vai postada.





Fundado há (sic) 25 de março de 1917, o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, até hoje continua obedecendo, rigorosamente, o seu sistema de reuniões estatutárias. Para muitos, ele é apenas o casarão da rua Bernardo Ramos. Entretanto, ali estão guardadas as mais importantes páginas da história do Amazonas, talvez o único motivo para que os estudiosos o procurem, para dirimir alguma dúvida, ou tomar conhecimento de um acontecimento transcorrido há muitos anos.

Assim é a longa vida do Instituto, que no próximo dia 25, estará completando 55 anos de fundação. A própria figura de seu presidente, o desembargador João Correa, encerra uma outra página na vida do IGHA. Ele está ali há dois anos e, continua obedecendo as mesmas tradições idealizadas pelos fundadores da "Casa da Lembrança".

UMA FINALIDADE

Tudo aconteceu em 1917, época em que necessitávamos de um local, onde pudessem ser feitos estudos e pesquisas sobre geografia e história. Assim, surgia uma instituição cultural destinada, não apenas a estudos de história e geografia, mas também, arqueologia, sociologia, antropologia, linguística e demais ciências correlatas. Com a concretização desse ideal, visava-se o desenvolvimento científico do Estado, e os interesses culturais.

Hoje, suas reuniões continuam sendo realizadas com o mesmo rigor de antes. Ontem, o IGHA, abriu as suas portas para receber a visita de alguns professores e alunos do Colégio Militar. Talvez, esta seja a visita mais importante dos últimos anos, pois há muito tempo o instituto estava esquecido.

Apenas os estudiosos que buscavam informações, lá eram encontrados. "Tudo o que aconteceu no Amazonas, desde os primeiros dias da sua história, está no Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas", disse o desembargador João Correa. "Dispomos, atualmente, de cerca de 40 mil volumes, e de uma seção de numismática, além de um considerável museu de coisas do Amazonas".

O QUE PRETENDE

De acordo com as declarações do desembargador João Correa, os membros do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, não têm muitas pretensões. O mais importante, para eles, é continuarem no Instituto que, na realidade, é um patrimônio do Estado. Mas como patrimônio, o IGHA faz por merecer uma maior consideração, e até mesmo um tratamento especial.

Ali estão guardadas as mais importantes páginas de nossa história, um motivo de sua frequenta procura pelos estudiosos. Valeram as intenções, quando se imaginou criar uma instituição cultural para promover o progresso científico do Estado, e os interesses da cultura, de um modo geral. O Instituto, não tem recebido nenhuma ajuda do Estado. "Na época do governador Arthur Reis, nos foi dispensada uma grande atenção", disse o presidente do IGHA.

Em primeiro lugar, mandou-se reformar o prédio e recuperar algumas peças. Depois vieram outras melhorias, facilitando até as pesquisas". Mesmo sem contar com muito apoio, o Instituto Geográfico e Histórico continua guardando sua importância, enquanto que, para outros, ele não passa de um depósito documentos e peças antigas.

Segundo o desembargador João Correa, o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, se interessa por tudo aquilo que, em determinadas ocasiões, tem a sua importância. O próprio presidente do IHGA dá os exemplos. "A igreja do Pobre Diabo marcou uma época tradicional. Era o grande número de pessoas que se deslocava à aquela igreja, para fazer suas preces, ou mesmo para pagar promessas".  Chegou uma época em que ela foi esquecida.
Recorte do jornal mencionado

Seria destruída, pois não tinha mais nenhuma serventia. Foi aí que surgiu o interesse do IHGA pela igrejinha, que agora é patrimônio histórico do Estado. O mesmo poderia acontecer com o Grupo Escolar Euclides da Cunha. O prédio é bastante antigo, talvez um dos mais antigos grupos de Manaus. Se existe alguma possibilidade ou se já foi cogitado incorporá-lo ao patrimônio histórico do Estado, ainda é desconhecido, para o presidente do Instituto. "Se, realmente, estiver existindo algum interesse do Governo, em passá-lo ao patrimônio histórico, não vejo porque o Instituto não aceitar", disse o desembargador João Correa.

Mas, enquanto isso os membros do IHGA preparam-se para comemorar mais um ano de sua existência. Os seus 55 anos serão comemorados apenas com uma sessão solene, para a qual estão sendo convidados todos os seus membros.

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