INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DO AMAZONAS
A 25 do corrente passa o trigésimo terceiro aniversário da fundação do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, cuja vida longa é um eloquente atestado de consagração de uma instituição cultural. Desde a sua fundação nesta capital, por força dos elementos de notável reputação que o conduziram até hoje, o Instituto, verdade seja dita, há conquistado um lugar à parte no meio intelectual amazonense.
Bernardo Ramos, Vivaldo Lima, Agnelo Bittencourt e outros não pouparam energias e boa vontade para erguer esse nosso considerado sodalício a altura em que ele hoje se acha conhecido em todo o país e figurando como uma das primeiras associações congêneres, pelas suas grandes e ricas coleções, seus mostruários importantíssimos e sua magnifica biblioteca.
A data de 25, não só rememora o seu aparecimento no Amazonas, a sua organização definitiva, como foi a efeméride escolhida e disposta nos Estatutos para a posse da diretoria eleita, para os sucessivos períodos administrativos.
Ultimamente foram procedidas as eleições para a Diretoria que tem de servir no triênio 1950-1953.
O último período administrativo teve como seu operoso presidente o desembargador Anísio Jobim, que muito fez pela instituição e deu-lhe maior brilho e eficiência, continuando assim a marcha vitoriosa que tem tido o instituto.
A ação do eminente homem público assinala-se, principalmente pelo grau de prosperidade que alcançou a instituição que dispõe de mais de trezentos e cinquenta mil cruzeiros depositados no Banco Nacional Ultramarino, tendo a receber até o mês vindouro, mais sessenta mil cruzeiros, destinados à compra de móveis e livros para a Secretaria, e mais noventa e seis mil cruzeiros para a aplicação às obras de reforma e ampliação do edifício. Isto afora as subvenções recebidas de 1947, 1948 e 1949, cujas contas já foram prestadas perante o Ministério da Educação e Saúde.
O Instituto Geográfico e Histórico adquiriu ultimamente, um mimeógrafo e material respectivo, duas máquinas de escrever, último tipo, banca, quatro dúzias de cadeiras, tipo austríaco, dois grandes corpos de estantes para a sua biblioteca e um cofre forte, além de objetos para escritório, papel timbrado, cartões, penas, lápis, tinta e o mais.
Cadeiras de espaldar, que estavam descoladas na sua maior parte foram consertadas e envernizadas. Mas, sobretudo, o que encarece o direção do Dr. Anísio Jobim foi a ampliação e reforma do prédio em que funciona o Instituto, como todos sabem carecedor de grandes consertos.
Para este fim foi votada uma verba de duzentos mil cruzeiros. Encarregada dessas obras já começadas foi a firma L. J. da Costa Leite, engenheiro que está construindo o grande hotel Ajuricaba e o esplendido arranha-céu que ora se constrói à praça Pedro II. O Instituto vai, portanto, passar por uma grande reforma e ampliação, ficando um prédio moderno e com vantajoso espaço para as suas vastas coleções, montras e artefatos outros ali guardados em profusão.
Durante a administração que finda a 25 de março, o Instituto manteve assídua correspondência com as mais altas instituições do país na capital da República e de todos os Estados, assim como do estrangeiro. Ultimamente fez-se representar nas solenidades em homenagem ao transcurso do primeiro centenário do nascimento do Cardeal D. Joaquim Arcoverde, pelo Sr. Ministro da Justiça, Dr. Adroaldo Costa, que aceitou a incumbência.
Descemos a essas minudências para focalizar o estado de prosperidade do conceituado Sodalício, que teve à frente de sua diretoria do escritor, geógrafo e historiador Dr. Anísio Jobim, cuja administração brilhante é mais uma folha de serviços que o recomenda a estima pública e a gratidão do Estado.
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