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quarta-feira, agosto 21, 2024

POLICIAMENTO DE TRÂNSITO EM MANAUS (2)

 A instalação de montadoras de automóveis, no final da década de 1950, acarreta sensível mudança na capital amazonense. Naquele período, ocorre a inauguração da COPAM (Companhia de Petróleo do Amazonas), processadora de combustível e gás. Somente na década seguinte, o trânsito em Manaus passa a exigir maior desempenho da Polícia Militar. 

Ônibus de madeira no Tabuleiro da Baiana,
no início da av. Eduardo Ribeiro, anos 1960
Essa operacionalidade prosperou até 1971, por conta de um episódio grotesco que apressou a implantação de nova etapa de policiamento. Em Manaus, atuava a Polícia Rodoviária, subordinada à Divisão de Trânsito do extinto Deram (Departamento de Estradas de Rodagem do Amazonas), cujo aquartelamento situava-se diante do entroncamento do atual elevado de Flores, localidade onde em nossos dias opera o BBE (Batalhão de Bombeiros Especial). Próximo ao final de dezembro de 1970, um guarda rodoviário altercou-se com o comandante-geral da PM, coronel EB Maury Silva, amigo do governador Danilo Areosa. Este, ao conhecer o fato, sancionou a lei 1.011, de 31 de dezembro, criando o BPE (Batalhão de Policiamento Especial) para “cumprir o policiamento urbano e rural de trânsito, florestal, rodoviário nas estradas estaduais, entre mais atribuições”, e, com este novo regramento, extinguiu a Polícia Rodoviária do Deram.

Então tenente-coronel 
Lustosa (1971) 

O batalhão foi instalado de imediato, posto que foi agraciado com “o acervo patrimonial, inclusive as viaturas” do suprimido órgão controlador. Ainda que desse modo premiado, somente em 1 º de fevereiro de 1971 assumiu aquele comando o tenente-coronel Pedro Lustosa, que o transferiu ao capitão Ruy Freire, em 25 de março, a fim de assumir a chefia da Casa Militar do governador João Walter de Andrade (1971-75). Ruy passou ao tenente-coronel Helcio Motta, menos de um mês depois; Helcio prosseguiu até novembro daquele ano, quando passou ao major Osorio Fonseca, que o conduziu até a data do novel desmembramento.

Quartel do comando da PMAM até 2002

Durante aquele ano de 1971, o pessoal encarregado do trânsito urbano enfrentou amplos obstáculos logísticos, posto que sua sede estava situada fora do centro de Manaus, principal local de desempenho. Como distribuir e como alimentar os policiais? relembrando que o aquartelamento estava em Flores. O arranjo ocorreu em abril do ano subsequente, com a disposição do comandante-geral, coronel EB Paulo Figueiredo (1971-73), que providenciou a separação dos irmãos siameses: o trânsito de Manaus e das ínfimas (ou única) rodovias. No quartel de Flores permaneceu a Cia P Rdv (Companhia de Polícia Rodoviária), sob o comando do capitão Humberto Soares; e a Cia Tran (Companhia de Trânsito), ocupando as dependências que pouco antes serviam de almoxarifado do quartel da Praça da Polícia, cuja entrada era pela rua José Paranaguá, sob o comando do major Osório Fonseca.

Essa abrupta arrumação, contudo, somente seria legalizada pelo decreto 2.426, de 14 de dezembro de 1972, que dispôs “sobre a Organização Básica da Polícia Militar do Amazonas”. Como enunciado, o edito promoveu vigorosa reformulação na estrutura geral da corporação. Oportunidade em que foram criados e extintos alguns corpos policiais, tendo obtido mais evidência a incorporação do serviço de extinção de incêndios, até então executado pelo Corpo de Bombeiros Municipais. (segue)

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