Prosseguindo com uma revisão sobre a formação de oficiais da PMAM (Polícia Militar do Amazonas).
Antigo quartel da PMAM na praça da Polícia |
Oficiais
da Reserva (R/2)
Em 2 de
abril de 1941, Gentil João Barbato, major do Exército, assume o comando da
Força Policial. Imbuído dos regulamentos militares, obtém do Interventor a
sanção do decreto-lei 581, de 2 de junho, que, modificando legislação anterior
(decreto 108/36), estabelece normas básicas para a promoção ao primeiro posto
do oficialato. As vagas destinavam-se aos graduados, porém, se houvesse civis
inscritos, dispondo do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais do Exército),
“terão estes preferência, sendo dispensados do concurso”. Pode ser alcunhada de
lei Neper Alencar, o primeiro beneficiário.
Ocorreu, no
entanto, ligeira variação: o acolhimento de oficiais R/2, sendo o primeiro
deles formado no CPOR, sediado em Belém (PA), turma de 1940; logo, outros
chegariam do NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva) integrado ao 27
BC (Batalhão de Caçadores) local, turma de 1942/43, para servir na 2ª Guerra.
Além disso, é conveniente registrar que o primeiro oficial a concluir o CAO
(Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais) foi o 2º tenente Themistocles Henriques
Trigueiro na PMPA (Polícia Militar do Pará) em 1939, aliás de onde era natural nosso
oficial. Este curso foi implantado consoante o decreto 3.401/1939. E o segundo
foi o capitão Omar Gomes da Silveira, na PMDF (em nossos dias Rio de Janeiro),
em 1954. Trigueiro foi comandante da PM em 1950, e, já na reserva, chefe da
Casa Militar dos governos Arthur Reis (1964-67) e Danilo Areosa (1967-71). Omar,
sendo tenente-coronel, em agosto de 1967 assumiu em caráter de tampão o
comando-geral da corporação.
O capitão
EB Pará Bittencourt (nascido em Manaus) assume o comando em 12 de setembro de
1947, e logo se confronta com a lei 82, de 25|11|1947, a qual ordena (art. 16)
que “a partir de 1º de janeiro seguinte funcione na Polícia Militar o Curso de
Formação de Oficiais”. Incrível, somente 40 anos depois se renova o empreendimento
para a formação de oficial com a criação da “Academia de Polícia Militar
Coronel Neper Alencar” (lei 1.876, de 18|12|1988). E mais 12 anos para seu
funcionamento, a despeito de malmente aquartelada (2022). Outra cláusula (letra
“d” do art. 15) estabelecia que a promoção de segundo tenente seria realizada
“por merecimento intelectual”. Logo, mediante concurso.
A lei
494, de 16|12|1949, aprova o “Estatuto dos funcionários públicos civis do
Amazonas”. Este código, apesar de destinado aos civis, certificou certas
atividades e funções na corporação da Praça da Polícia, nem sempre de forma republicana.
Somente para elucidar: foi aproveitado para comissionar um oficial médico do EB
no posto de tenente-coronel PM e, também com substrato desta lei, designar o
“comissionado” na chefia do Gabinete Militar do governador Gilberto Mestrinho (07|1960).
A
promoção, que amiúde serve de pretexto para suspeita ou disputa acirrada entre
camaradas, já continha regras fundamentais, algumas bastante vagas, todavia,
cumpridas com higidez. Inexistia a figura do oficial “excedente” ou “agregado”,
expediente tão exacerbado em nossos dias. Em 1952, a lei 21, ao estabelecer as
“normas para o ingresso no oficialato da PM e para as promoções”, tornou-se um
marco incisivo desse processo. (segue)
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