Ao vasculhar o acervo virtual da Biblioteca Nacional, consultei
um expressivo número de jornais que circularam tanto na província, quanto no
século passado, no estado do Amazonas. Entre estes, relevo para VISÕES DE
HOJE, que em sua edição inaugural – 15 de novembro de 1908, publicou um poema
do acadêmico Paulo Eleuthério (1886-1959), de
cunho patriótico, em cortesia à Proclamação da República. Paulo Eleuthério Alvares
da Silva nasceu em Pau d’Alho (PE), tendo obtido vasta projeção em Manaus e
Belém, onde dirigiu diversos estabelecimentos de ensino e órgãos jornalísticos.
Em 1909 era “secretário e vice-diretor do Instituto João de Deus”, conforme registro
de Robério Braga em Fundadores da Academia Amazonense de Letras, Manaus,
2019. Naquela ocasião, começou a circular o jornal Visões... e, de
certo, a publicação do poema se deveu a esta posição. Foi um dos fundadores do
Silogeu Amazonense, ocupando a cadeira 24.
Fragmento do poema |
PATRIA!
Ao provecto educador
pernambucano
Dr. Candido Duarte
Ideal, hei de alcançar-te
Hei de alcançar-te,
Ideal!
MARTINS
JUNIOR
Tese do meu civismo! amor cristalizado
Em átomos de luz pelo meu ser fulgindo!
Quero ver-te a brilhar como Apolo no Pindo,
Das musas regulando o coro iluminado.
Alma do meu civismo! Ó crisol fecundado,
Pelo brilho de sol da História que vem vindo
Revelando o passado ao presente, sorrindo,
Bem cônscia de um porvir de mais glorias ornado.
Não basta o que já és — ó flama idealizada!
Quero ver-te mais forte e mais idolatrada,
Luzindo mais que o sol de 7 de Setembro!
Vamos! Pátria de Luz! Quero ouvir-te, louçã.
— De Bernardo Vieira à Benjamin Constant —
Provando o teu valor em 15 de Novembro!...
Manaus, Novembro de 1908.
Nenhum comentário:
Postar um comentário