Cartão-postal emitido pelo correio da URSS |
As festas de Natal e Ano Novo já tiveram maior repercussão e foram capazes de abraçar os homens e mulheres “de
boa vontade”, graças ao Correio. À época, essa repartição propagou pelo mundo
as mensagens natalinas e os votos específicos da virada do calendário. Naquele
tempo, entrelaçou a tantos, levando e trazendo as mensagens.
No entanto, os tempos eletrônicos
que vivemos são outros, bem distintos, nos quais o auxílio do correio na troca
de mensagens está em vias de ser dispensável. Nada parece substituir as
mensagens trocadas pela Internet em seus canais.
Desejo, para lembrar os alegres
festejos do final de ano, repassar os meios utilizados na formulação de cumprimentos
nos quais o Correio tanto participou. Desse modo, divulgo parte do texto do
filatelista Jorge Bargas, com o qual abre sua Exposição – NATAL, LUZ E VIDA, na sede da Filatelia do ECT.
A fim de ilustrar o artigo,
anexo alguns de meus guardados do tempo de filatelista.
Histórico
do Cartão-Postal
A visualização de imagens, de incrível facilidade e popularidade atualmente, seja na Internet ou em livros, revistas, jornais, bem como na televisão ou fotografadas pelo próprio interessado, era acontecimento raro até meados do século 19. Poucas pessoas tinham acesso às fotografias.
O Correio, naquela época, também era dispendioso e demorado, utilizando o navio, o trem, o cavalo e a diligência como meios de transporte de cartas e encomendas. O custo alto da remessa de correspondências foi um dos motivos que fizeram com que o austríaco Emmanuel Hermann, professor de economia política da Academia Militar de Viena, sugerisse ao Correio a criação de um meio de comunicação mais fácil, barato e rápido, enviado a descoberto, ideal para mensagens curtas, mas que custasse a metade do valor de uma carta convencional.
Essa sugestão ocorreu em 29 de janeiro de 1869, num artigo de jornal, alegando que as pessoas ansiavam por um meio mais simples e menos dispendioso de se comunicarem.
Correios da Argentina
A sugestão de Emmanuel Hermann foi aceita e no dia 1º de outubro de 1869 surgiu o pioneiro Correspondenz-Karte. Era uma simples cartolina no tamanho 8,5cm por 12cm, contendo na frente apenas o selo do Império Austro-Húngaro impresso no canto superior direito e espaço para a menção de destinatário. No verso, local para mensagens curtas. Essa data, 1°|10|1869, é considerada historicamente como o início da cartófilia.
O cartão-postal no
Brasil
O Brasil, tão ágil na adoção do seio postal em 1843, apenas três anos após lançado na Inglaterra em 1840, não procedeu da mesma maneira com o cartão-postal. Nosso pais só o adotou onze anos depois de sua criação na Áustria, quando ele já era um sucesso consagrado na Europa. O decreto 7695, de 28 de abril de 1880, criou o bilhete postal, precursor do cartão-postal.
Na exposição de motivos que o Ministro Buarque de Macedo encaminhou ao imperador D. Pedro II, visando obter autorização para a confecção e circulação de postais no Brasil, mencionou "Segundo Vossa Majestade Imperial se dignará ver, a primeira de tais alterações é a que estabelece o uso dos bilhetes postais geralmente admitidos nos outros Estados e ainda em França, onde aliás houve durante algum tempo certa repugnância ou hesitação em os receber. Os bilhetes postais são de intuitiva utilidade para a correspondência e, longe de restringir o número do cartas, como poderá parecer, verifica-se o contrário, que um dos seus efeitos é aumentá-lo".
A impressão dos primeiros bilhetes postais era exclusividade do Correio do Império Brasileiro, com o porte constante nas armas imperiais estampadas no alto. Havia três classes. Uma, de cor vermelha, para a correspondência urbana, preço do vinte réis. Outra, cor azul, para a correspondência no interior das Províncias do Império Brasileiro, preço de 50 réis (metade do porte de uma carta simples). O terceiro porte, cor laranja, para a correspondência internacional, custando 80 réis.
Havia possibilidade do remetente pagar o porte de remessa e resposta, nesse caso custava o dobro do valor dos três portes citados anteriormente.
A aceitação do postal no Brasil foi multo grande. Apenas quatro anos de sua criação, tendo como exemplo o Rio de Janeiro, sua circulação em 1884 quase ultrapassou o número de cartas comuns. Foram 282.248 cartas particulares e 212.662 bilhetes postais. (Elysio Belchior. O Rio de Ontem no Cartão-Postal 1900-1930).
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