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Não estava em meus propósitos de passagem do ano
passado relembrar o cinquentenário da Granja da Polícia. Antes, uma digressão
sobre a dita-cuja. Nos primeiros anos do Governo Militar, o governador Danilo Areosa
resolveu construir uma granja para a administração da corporação, diante da deficiência
de avícolas. Buscava atender ao rancho dos policiais e, quem sabe, alguma
população. O local escolhido foi o Km 95 da então Manaus-Itacoatiara, agora
crismada de AM 010 – Torquato Tapajós.
O projeto do edifício central todo em madeira exigiu
os dotes do arquiteto Severiano Porto, que seus admiradores ignoram. Talvez o
façam por ter este integrado o politicamente incorreto governo castrense. Ao tempo
da construção, que foi elaborada por elementos da própria polícia, com material
extraído dos arredores, ainda resiste de pé, como a reclamar de seus “donos” um
olhar ao menos de curiosidade. O rio Preto da Eva corria em direção à sua foz.
E tudo que existia à margem da rodovia, onde agora a cidade prospera, era poucas
casas de madeira, cujo rio servia de quintal. Entre essas residências, existia como
ponto de referência a taberna de Dona Teté.
Dona Teté servia tapiocas e café e refrigerantes, o
viajante sempre parava para reabastecer o estomago, pois nada mais se
encontrava na rodovia. O falecido coronel Câmara era um cliente inveterado,
capaz de viajar saindo de Manaus para saborear o pé-de-moleque rio-pretense. Nem
se pensava em município, porém a granja serviu para implementar a região, a par
do atrativo populacional com a distribuição de terras. Policiais diversos aproveitaram
o maná, dessa maneira ajudaram a desenvolver a estrada.
Edificação, em maio 2017 (acima e abaixo) |
Na inauguração em 1967, vendo-se o governador Areosa (de branco) junto aos oficiais, sob o comando do coronel Omar Silveira |
Enfim, bem que tentei rememorar os 50 anos da
Granja da Polícia. Não consegui realizar
porra nenhuma, não obstante visitar o local, conforme fotos postadas; de buscar
o comando da corporação, donde sai ouvindo funesta decisão de escalão
subordinado; de buscar a imprensa; até o secretário de Segurança do Rio Preto
da Eva. Desse modo, observei com esse malogro que disponho de reduzido (ou
nenhum) poder de convencimento.
Contrariando a desdita, vou me empenhar no 2018 junto ao comando da PMAM para que afixe uma Placa a fim de relembrar que foi o arquiteto Severiano
Mario Porto, aquinhoado com a Medalha Tiradentes, o idealizador do Quartel de
Petrópolis, atual Comando-Geral. Quem puder me ajudar, sou, desde já,
agradecido.
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