Capa da publicação |
Em 1970, em pleno verdor
do Governo Militar (1964-85), a presidência de Garrastazu Medici faz circular especial
publicação expondo a situação dos municípios, intitulada de Almanaque Municipal
Brasileiro. Aproveita,
ainda, para apregoar os avanços ministeriais.
Repartidos por Estados, o almanaque
tocante ao Amazonas, então governado por Danilo de Matos Areosa (1967-71), traz
um apologia sobre a atuação das Forças Armadas, destacando a Força Terrestre,
efetivamente a maior em atuação na região amazônica.
Esta postagem compartilha
o texto constante do volume sobre o Amazonas, discurso como se vê sopesa a
expansão governamental sobre a Amazônia.
O
EXÉRCITO NA PROA DO DESAFIO AMAZÔNICO
O quartel do seu Exército continua na Amazônia. Continua, porque
sempre esteve dentro da amplidão verde que a farda conquista para a nossa
economia. Principalmente agora, o Exército Brasileiro penetra nos 3/5 do Brasil
amazônico, fixando-se nos pontos estratégicos de ocupação humana e econômica.
Ao lado da FAB e da Marinha de Guerra, no mesmo abraço integrador, vai o
verde-oliva rasgando espaços de integração, numa resposta viva ao maior desafio
do século: a Amazônia.
Os claros demográficos e econômicos, todo o vazio continental de
florestas e rios da grande área — recebem a ação colonizadora do soldado,
mediante o apoio dos Ministérios do Interior, dos Transportes, da Saúde e da
Agricultura, num movimento integrado de apossamento da maior fronteira virgem do
Desenvolvimento Nacional.
Numa área cujo conceito geográfico transborda de nossos limites
político — alcançando, além do Brasil, a Colômbia, Peru, Bolívia, Venezuela,
Equador, Guiana, Suriname e Guiana Francesa —, o Exército irrompe como
sentinela avançada no dorso do universo amazônico.
Catalina CA-12 "ancorado" num trecho de rio amazônico |
Aceita, de frente, a carga ocupacional de um terço da reserva
florestal do mundo, na vigésima parte do planeta. São 9 mil km de linhas de
fronteira — volume linear maior do que a nossa costa atlântica — debaixo de
vigilante e poderoso dispositivo de Segurança produzido pelo Triângulo das 3
Armas. Mas, além da missão primordial de Segurança, reponta o sacerdócio do
desbravamento.
O Exército reconstitui, no mar das selvas, a epopeia das bandeiras,
imprime o seu timbre rondoniano. Foi assim no Brasil-Sul, todo ele integrado
pela farda, ocupado pelas gandolas pioneiras. É assim no Super-Brasil da
Amazônia, todo ele encampado pela presença humana do uniforme. Oiapoque,
Manaus, Roraima, Cucuí, Japurá, Ipiranga, Tabatinga, Estirão do Equador,
Palmeira, Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Guajará-Mirim, Forte Príncipe da Beira,
Porto Velho — todo o corpo verde da Amazônia — experimentam os impulsos de
integração do Exército.
Brancos, pretos, mulatos, índios — a grande raça dentro da mesma farda
— a levantar o status social de comunidades vegetativas, levando a saúde, a
cartilha e o complexo de infraestrutura essencial à arrancada do
Desenvolvimento.
Onde o Brasil é apenas uma ficção geográfica — nas faixas ainda sem
Brasil — o Exército Brasileiro implanta a Pátria física: o homem e sua
economia. Em todos os quadrantes — lá, onde só existe o nada — o soldado deixa
o rastro da colonização.
Sentinelas da Amazônia — o braço armado do Brasil — elas chegam primeiro com a marca do exemplo. Para definitiva ocupação do vazio. (veja próxima postagem)
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