Encerrando a postagem acerca da descrição de algumas Unidades da Força Terrestre no interior do Amazonas, elaborada pelo Governo dos Generais, em revista especial (foto), circulada em 1970.
Tudo em volta de Cucui é
verde e belo, dentro do grande silêncio potâmico. Lá, entre árvores e água — em
cima o azul cintilante do céu — perfila-se o 4° Pelotão de Fronteira. Um
punhado estoico de verde-oliva que ocupa os espaços em nome do Brasil. Defronte
ao quartel, a famosa Pedra do Cucui, já no território venezuelano, perto da
fronteira do Brasil e da Colômbia.
Ali também chegou o padre
com o Exército. Gandola e batina, numa autêntica cruzada de desbravamento e
conquista, convocaram pequenas comunidades salpicadas para a obra educacional e
cívica. A cartilha na frente, de mãos dadas com a saúde e a palavra Brasil.
Cucui está sendo ocupado.
O índio deixa a maloca e aprende a cantar o Hino Nacional. O braço corta a
árvore, e da clareira surge o roçado. Uma agricultura de sobrevivência. Espetam
o céu pequenas chaminés. Do rastro da farda vai nascendo a obra sonhada de
integração.
O
Brasil chegou ao Içá
Ipiranga, sede do 2°
Pelotão de Fronteiras, no Rio Içá, funciona como centro integrador na imensa
região. Não faz muito tempo era mato virgem, sem sinal de civilização, com uns
poucos nativos desterrados naqueles verdes. A presença do homem era assinalada
por canoas esparsas que subiam ou desciam o rio em razão da pesca para
sobrevivência.
Mas chegou o quartel com a
sua correspondente ação civilizadora. O velho Rio Içá, tão primitivo, tão sem
Brasil, experimentou pela primeira vez o toque de uma alvorada de ocupação
humano-econômica. E apareceram a quadra de esporte, a granja, o alfabeto
militar para a criança e o homem perdidos. Em função social, o Exército começou
a lecionar vida moderna para as gentes de Içá. A roça mais racional, a implantação
do curral e o artesanato. No mastro do quartel, a Bandeira do Brasil é uma mensagem
eterna de integração.
Recorte do Almanaque Municipal |
Ele é responsável pelo movimento
cívico em relação ao Desenvolvimento. Produz o soldado e o cidadão. Implanta a
escola e o complexo social que torna possível a fixação do homem. É a Bandeira
no mastro além das copas, como corolário de um trabalho produtivo de conquista.
A colonização que sempre acompanhará a presença do Exército na região significa
o apossamento da terra: o cultivo, novas técnicas o agrícolas, o criatório,
tudo o que a terra poderá produzir para sobrevivência do homem do Brasil.
Tabatinga está dividida em
dois centros principais, interligados na obra integradora: o civil, no povoado
de Marco, por onde passa a divisa Brasil—Colômbia, e o militar, que se desdobra
pelo resto da área, semeando núcleos paisanos de ocupação. Destaca-se, neste
espaço, a Vila Militar, com o grupo escolar, o quartel, casas e uma farmácia.
Manaus fica a 5 dias de navio e 12 de pelo lancha, mas um avião da FAB, tipo
Catalina, aterrissa naquela região banhada pelo Solimões todas as semanas.
Vejam que o novo Comando
Militar, dentro do espírito da antiga Colônia Militar, vai também ao encontro
do brasileiro roceiro, na área, ensinando-lhe o bê-á-bá da agricultura moderna.
Nesta missão prolongada, o Exército proporciona assistência dentária,
veterinária, deflagrando um processo continuado de alfabetização.
É preciso que a farda dê
de tudo, porque não existe mesmo nada na área. Dessa operação conjugada — da
farda com a ocupação econômica — repontam os setores de agropecuária,
industrial, comercial, serviços públicos, habitacional e sanitário, sendo que o
fator educação do homem é o capitânea de todas as metas. Crianças, quando
deixam a escola pela manhã, buscam à tarde os aprendizados de carpintaria,
olaria, serraria, colchoaria, oficinas mecânicas e construção de embarcações
típicas da região.
Situação atual do Pelotão situado em Vila Bittencourt - Japurá, recebendo a visita do ministro da Defesa. |
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