Capa do livro em 2ª edição |
E, para soterrar este modesto devaneio, plantado
nos ínvios sertões baianos, todavia foram necessárias quatro expedições militares.
Enfim, nesse episódio, conhecido na história pátria por Guerra ou Campanha de Canudos
(1896-97), morreram, estima-se, 25 mil brasileiros.
Na Quarta Expedição,
engajou-se o 1º Batalhão do Regimento Militar do Estado do Amazonas, sob o
comando do tenente-coronel Cândido Mariano (oficial do Exército). Constituiu a
última tropa a ingressar no campo de lutas. Ao regressar, desembarcou em Manaus
a 8 de novembro. Esta data por decreto governamental se tornou festiva,
reservada a premiar policiais militares e civis com a medalha que leva o nome
deste comandante.
Duas conversas realizadas
nesses dias com membros da corporação, inquietaram-me. Ambas realizadas com
oficiais: um oficial superior e um subalterno. Dois temas perpassaram as
conversas, duvidar da presença da tropa da PM na luta e o desagrado com a extrema
força militar empregada contra aqueles sertanejos. Ou seja, a Polícia Militar
do Amazonas integrou uma forma desagregadora, punitiva, portanto, sem mérito a
relembrar.
Desse entendimento, quem
sabe, resulte o esquecimento do comando da PMAM em programar a festividade
militar. A propósito, empenhei-me em lançar a 2ª edição de meu livro Cândido Mariano & Canudos, nessa
data. Não consegui realizar a de maneira impressa, optei pela forma virtual.
De volta a conversa com os
colegas. Disse-lhes basicamente que, para compreender aquele episódio fratricida,
é necessário ter conhecimentos da época. Em outras palavras, não se deve
avaliar aquele acontecimento com a visão hodierna.
E disse mais. O extermínio
de Canudos não cabe exclusivamente as forças militares a responsabilidade. Estão
bem identificados outros responsáveis pela evolução daquela campanha, inclusive
a igreja católica. São políticos, imprensa, judiciário e o isolamento de
Canudos. Menos o Conselheiro.
Desse modo, a PM do
Amazonas não deve se omitir, inferiorizar-se porque no devido tempo, teve condições
e ímpeto em socorrer o Governo Federal, apoiar a Força Terrestre. A data
festiva não se destina a vangloriar-se do feito, porém recordar o sacrifício de
tantos policiais que se empenharam na solução da Guerra do fim do mundo, no definição de Vargas Llosa. De tantos
policiais que se empenham no dia-a-dia da segurança da cidade e de seus
habitantes.
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