Morto o cacique eirunepeense neste domingo (12), os amigos e admiradores despejaram nas redes sociais todos os tipos de encômios. Ele bem merece! Também vou entrar nesta linha, apenas lembrando alguns fatos pessoais, dos quais estive próximo ao falecido administrador.
Governador AM, à direita (claro)
Antes, um detalhe histórico: Hoje em dia somente um preso político dos tempos do governo militar de 1964 encontra-se vivo para contar a história: o nonagenário Arlindo Porto. AM (Amazonino Mendes) era outro que passou pelo cárcere do 27 BC, hoje 1º BIS, na estrada de São Jorge. Ainda em novembro passado, pesquisando nos arquivos daquela OM (organização militar), vi a relação dos “comunistas” detidos no livro do oficial de dia. Outro seu parceiro não olvidei, o padre Luiz Ruas (autor do poema Aparição do Clown).
Travei o primeiro contato com o AM, quando este foi nomeado prefeito de Manaus, por vontade do governador Mestrinho, de cuja Casa Militar eu era major subchefe, em 1983. Na oportunidade, uma invasão se apossava das terras junto ao igarapé do Crespo. O prefeito AM montou uma força-tarefa para equacionar o desastre fundiário. Fui indicado pelo governador para integrar esta comissão. Assim, estive em algumas reuniões, mas logo percebi que o prefeito não estava interessado em obstar seus futuros eleitores. Tanto que a invasão se concretizou.
Em
1997, no centenário da Campanha de Canudos, da qual a força policial do
Amazonas participou, editei o livro Candido Mariano & Canudos, cuja
impressão foi encargo da EDUA (Editora da Universidade do Amazonas). Para maior
brilhantismo da festa que –em recordação de Canudos– anualmente a PMAM realiza,
sugeri ao comandante-geral uma gradação da Medalha comemorativa e os nomes, um
elenco enorme de nomes para ser agraciados. O coronel comandante foi ao
governador AM, que simplesmente mandou a relação dos indicados para o lixo e, de
próprio punho, escolheu uma dúzia de “amigos do rei” para a premiação.
Indignado,
escrevi uma malcriação a respeito da solução governamental e a remeti à seção
Cartas, de A Crítica, que a publicou. E fiz mais, de teimosice, não
compareci à solenidade alusiva na Praça da Polícia.
Enfim, quando fui agraciado com a Medalha Tiradentes da PM estadual, tive a ventura de recebê-la das mãos do governador Amazonino Mendes, em seu segundo mandato (1995-98). Desde então, eu virei seu fã.
Como aprendi no seminário: Requiescat in pace, AM.
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