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quinta-feira, fevereiro 16, 2023

YANOMAMI - PALAVRA DE MESTRE

 Ainda muito se fala da situação dos ianomâmi, das operações sobre o garimpo ilegal, por isso estou compartilhando parte do artigo publicado por Cristovam Buarque (professor emérito da UnB), no jornal Correio Brasiliense (7 fev. 2023), tratando do episódio sobre o aspecto do genocídio.

 

Recorte do título do mencionado artigo

(...) Os genocídios têm nomes diferentes, provocam mortes em números diferentes, sob formas diferentes, mas têm as mesmas causas — arrogância da civilização ocidental, ganância de lucro dos investidores, voracidade de consumo pelos ricos, racismo e supremacia dos brancos sobre as outras raças e, a maior de todas, a indiferença dos que assistem e se beneficiam de seus resultados, por Zyklon B, por mercúrio ou pela corrupção nas prioridades.

Os alemães foram coniventes com o genocídio de judeus, os brasileiros são coniventes com os genocídios dos índios, dos escravos, dos analfabetos e dos sem-escola de qualidade. Todos coniventes, mas alguns culpados e diretamente responsáveis. É preciso dar nomes aos genocídios e apontar os nomes dos genocidas.

Na Alemanha, os responsáveis pelos crimes dos nazistas se suicidaram ou foram levados ao Tribunal de Nuremberg, onde foram condenados à morte ou a longos períodos na prisão. Precisamos recusar a banalidade do mal e despertar contra todos os genocídios brasileiros, escondidos sob outros nomes, cometidos por todos que sonham com o progresso que elimina índios, usa escravos ou concentra educação para manter a desigualdade social. Mas também levarmos aos tribunais aqueles que no Brasil demonstraram, por palavras ou atos, responsabilidade com o específico genocídio contra o povo ianomâmi.

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