A paralisação do serviço de transporte coletivo sempre
trouxe perturbação à população. Não é privilégio ou desconforto de nossos dias. Veja este tormento
acontecido em 1954, descrito com bastante ênfase pelo Diário da Tarde, de 26 de janeiro. O vespertino pertencia à empresa Archer Pinto, que ainda fazia circular o matutino O Jornal.
A foto muito precária permite, no entanto, identificar a igreja
dos Remédios ao fundo, e a construção à direita, que abrigava a Inspetoria de
Trânsito, antecessora, e muito, do Detran (Departamento Estadual de Trânsito),
situada na esquina da rua José Paranaguá esquina da então praça Ribeiro Junior.
Identificando por outra referência: atrás do Quartel da Polícia Militar, hoje
Palacete Provincial.
Extraído do Diário da Tarde, Manaus, 26 janeiro 1954 |
Sem aviso prévio, num verdadeiro acinte ao povo e às autoridades, os ônibus entraram em greve na manhã de hoje, enquanto seus proprietários, gente de prestígio nesta terra dos barés, dirigiram um ultimato ao Poder Público, exigindo, sob ameaces, o aumento das passagens. E o Poder Público, atemorizado, baixou a cabeça e cedeu, submetendo o povo, os pobres operários, a gente humilde dos bairros, ao sacrifício de ter de pagar o preço absurdo de Cr$ 1,50 por uma passagem num calhambeque.
No flagrante acima, os ônibus em greve, estacionados nas proximidades da Inspetoria do Tráfego Público, enquanto seus proprietários entregavam às autoridades a intimação, aguardando a capitulação, que se verificou horas depois, para tristeza do povo amazonense. (Foto Gleba).
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