João Crisostomo de Oliveira |
Com o título – AGNELLO BITTENCOURT:
o Historiador da Cultura e Educação do Amazonas, o saudoso professor João
Crisóstomo de Oliveira produziu um folheto em que organiza as notas sobre a Educação
no Amazonas, cedidas gentilmente por Bittencourt.
A seguir, as explicações necessárias; o texto completo virá em partes.
O professor AGNELLO BITTENCOURT, falecido já às portas dos cem anos, viveu sempre para o ensino, do ensino e pelo o ensino. O seu ideal sempre foi construir pela educação, sempre foi desenvolver pela cultura, sempre foi fazer crescer sua terra e sua gente pela sinergia dessas duas forças que se completam: educação e cultura. Educador por excelência, a sua presença era uma página de educação e professor por vocação, a sua palavra era um tratado da cultura e educação.
O seu excelente e raro livro Corografia do Amazonas é o atestado evidente do quanto o digno educador amava a sua terra e a sua gente, fazendo-a bem conhecida e estudada e discutindo e equacionando todos os seus problemas de desenvolvimento e ainda escrevendo nove capítulos importantes de sua história.
Se Agnello Bittencourt tivesse sido, como devia, cercado de uma equipe de assessores e pesquisadores em gabinete bem aparelhado, ele teria escrito para o nosso deleite e conforto a mais completa História do Amazonas, e a mais fundamentada Geografia do Amazonas. A sua Corografia, ele chegou a refundi-la e atualizá-la, ficando a mesma entregue ao IBGE, no censo de 1940, entidade que não tomou o menor interesse em publicar tão importante tratado.
Desejando certa vez escrever um trabalho que evidenciasse a grande influência cultural do antigo Ginásio Pedro II e da antiga Escola Normal, sobretudo pela atuação dos seus mestres luminares vencedores em célebres e ruidosos concursos, escrevi ao Mestre sobre as possibilidades dos seus subsídios para tão momentoso assunto.
Bem diferente dos historiadores avarentos, ciumentos e monopolistas em posição de eternos donos da verdade, não respondeu com proverbial "estude e pesquise como eu tenho feito até agora", mas com prontidão enviou a "papa feita": um repositório primoroso de anotações históricas sobre a evolução cultural de nossa terra através dos pródromos educacionais e influência cultural dos nossos mais importantes estabelecimentos de ensino, dizendo ainda mais paternalmente: "são seus, faça uso deles como se fosse sua própria criação". Longe de mim tal parasitismo mesmo com a nobre doação.
Guardei como uma relíquia o precioso documentário que agora desejo passar aos leitores com as mesmas palavras do querido e saudoso Mestre: "São suas, façam dele o uso que quiserem", mas sem querer ser o pai da criança...
O trabalho que, embora em forma de notas e apontamentos, encerra uma riqueza de informações que só poderíamos encontrar em fontes inatingíveis e documentos inalcançáveis ou desaparecidos.
Sigamos a trilha do mestre encontraremos esteiras de luzes que nos esclarecem muitos fatos de nossa história educacional-cultural. Exploremos os veios e arranquemos as pepitas que muitos desejariam esconder para dizer: "Está tudo errado: Não é assim, mas os documentos que TENHO dizem o contrário".
Estudando os apanhados do Mestre, aprendamos a lição de liberdade de educador em não guardar segredos para os seus discípulos.
Honra e gratidão ao Mestre
Em 28.05.1981
Boa noite, estou com a cor(e)o grafia em mãos.😉 Abraço sebístico
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