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quinta-feira, maio 11, 2023

PEREIRA DA SILVA (1890-1973)

 Quando da morte do autor de Poemas Amazônicos, o Jornal Cultura, órgão da Fundação Cultural do Amazonas, na edição nº 6, de setembro de 1973, publicou o seguinte obituário:

Pereira da Silva


FRANCISCO PEREIRA DA SILVA

Às 17 horas do dia 11 de setembro deste ano de 1973, com um toque de silêncio executado por um cabo da Polícia Militar, no cemitério de São João Batista, baixou à sepultura o corpo de Francisco Pereira da Silva, autor do projeto de criação da Zona Franca de Manaus.

Cerca de mil pessoas, num longo cortejo de carros, entre elas o vice-governador Deoclides de Carvalho Leal, o prefeito Frank Lima, deputados, vereadores, amigos, populares acompanharam o féretro daquele que, por quatro legislaturas, representou o Amazonas na Câmara Federal. O corpo de Francisco Pereira da Silva foi velado na Assembleia Legislativa do Estado, saindo dali o cortejo para o cemitério de São João Batista.

Nascido no Rio Grande do Norte, em 1890, Francisco Pereira da Silva veio para o Amazonas quando contava apenas 17 anos de Idade. Aqui estudou, formando-se em Direito, ao mesmo tempo em que desenvolvia atividades de jornalista, escritor e poeta, tendo exercido vários cargos de relevância na vida pública, inclusive como, na qualidade de deputado federal, representante do Brasil no congresso da FAO, em Roma.

Pereira da Silva, como era mais conhecido, participou da revolução de 1930, tendo sido, no Amazonas, um dos líderes do movimento vitorioso, passando a integrar, após a queda do antigo regime, a Junta Governativa, ao lado dos saudosos coronel [Pedro Henrique] Cordeiro Junior e Dr. [José Alves de] Souza Brasil, figurando, também, em 1945, na qualidade de representante do Amazonas à Câmara Federai, como um dos constituintes da república, depois da queda do Estado Novo.

Em toda a sua trajetória como representante do Amazonas na Câmara Baixa do País, sempre perfilou ao lado daqueles cuja bandeira sempre foi o zelo maior pelos supremos interesses do Estado, sendo inclusive, de sua autoria, o projeto que deu origem à Zona Franca de Manaus, que, não obstante sua luta, somente dez anos depois viria a ser regulamentada já no governo do saudoso presidente Castelo Branco.

No governo do presidente Juscelino Kubitschek, quando se cogitava da mudança da capital federal, um projeto de Francisco Pereira da Silva, dando o nome de Brasília à nova capital política do País, mereceu a aprovação unânime de seus pares, e, subindo à sanção presidencial, foi imediatamente, passando assim, o nome do representante do Amazonas, a figurar entre os destacados no Congresso Nacional.

No Congresso Nacional, Pereira da Silva foi também presidente do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, tendo, ainda, participado de várias comissões técnicas da Casa, onde a tônica maior de seu comportamento representava sempre a defesa inalienável dos supremos interesses do Amazonas.

 

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