Quando da morte do autor de Poemas Amazônicos, o Jornal Cultura, órgão da Fundação Cultural do Amazonas, na edição nº 6, de setembro de 1973, publicou o seguinte obituário:
Pereira da Silva
FRANCISCO
PEREIRA DA SILVA
Às 17 horas do dia 11 de setembro deste ano de 1973, com um toque de silêncio executado por um cabo da Polícia Militar, no cemitério de São João Batista, baixou à sepultura o corpo de Francisco Pereira da Silva, autor do projeto de criação da Zona Franca de Manaus.
Cerca de mil pessoas, num longo cortejo de
carros, entre elas o vice-governador Deoclides de Carvalho Leal, o prefeito
Frank Lima, deputados, vereadores, amigos, populares acompanharam o féretro
daquele que, por quatro legislaturas, representou o Amazonas na Câmara Federal.
O corpo de Francisco Pereira da Silva foi velado na Assembleia Legislativa do
Estado, saindo dali o cortejo para o cemitério de São João Batista.
Nascido no Rio Grande do Norte, em 1890,
Francisco Pereira da Silva veio para o Amazonas quando contava apenas 17 anos
de Idade. Aqui estudou, formando-se em Direito, ao mesmo tempo em que
desenvolvia atividades de jornalista, escritor e poeta, tendo exercido vários
cargos de relevância na vida pública, inclusive como, na qualidade de deputado
federal, representante do Brasil no congresso da FAO, em Roma.
Pereira da Silva, como era mais conhecido,
participou da revolução de 1930, tendo sido, no Amazonas, um dos líderes do
movimento vitorioso, passando a integrar, após a queda do antigo regime, a
Junta Governativa, ao lado dos saudosos coronel [Pedro Henrique] Cordeiro
Junior e Dr. [José Alves de] Souza Brasil, figurando, também, em 1945,
na qualidade de representante do Amazonas à Câmara Federai, como um dos
constituintes da república, depois da queda do Estado Novo.
Em toda a sua trajetória como representante
do Amazonas na Câmara Baixa do País, sempre perfilou ao lado daqueles cuja
bandeira sempre foi o zelo maior pelos supremos interesses do Estado, sendo
inclusive, de sua autoria, o projeto que deu origem à Zona Franca de Manaus,
que, não obstante sua luta, somente dez anos depois viria a ser regulamentada já
no governo do saudoso presidente Castelo Branco.
No governo do presidente Juscelino Kubitschek,
quando se cogitava da mudança da capital federal, um projeto de Francisco
Pereira da Silva, dando o nome de Brasília à nova capital política do País,
mereceu a aprovação unânime de seus pares, e, subindo à sanção presidencial,
foi imediatamente, passando assim, o nome do representante do Amazonas, a
figurar entre os destacados no Congresso Nacional.
No Congresso Nacional, Pereira da Silva foi
também presidente do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, tendo, ainda,
participado de várias comissões técnicas da Casa, onde a tônica maior de seu
comportamento representava sempre a defesa inalienável dos supremos interesses
do Amazonas.
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