CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, junho 22, 2018

PMAM - COSME E DAMIÃO



Na criação, em julho 1956
A evidente deficiência de policiamento na cidade talvez me inspire a repetir esse mantra: o “Cosme e Damião” criado em 1956 foi um sucesso. Valeu, coronel Cleto Veras. A propósito, alguns comandantes da PMAM já insistiram no retorno desse tipo de policiamento, porém, sem qualquer êxito. Os periódicos atuais estão repletos dessas promessas, para comprovar a assertiva, além de algumas marcas deixadas pelo centro da Cidade.
Volto a copiar as loas expressas pelos jornais de netão, então de 1956, quando o comandante Cleto veras marcou seu comando na corporação.
Conheci no GPO (Grupamento de Policiamento Ostensivo), quando ingressei dez anos depois na PM, parte desse pessoal e a postura com que policiavam as ruas. Em respeito ao saudoso sargento Messias Salvador de França, saúdo a quantos compuseram aquele esquadrão de segurança.
O texto compartilhado foi sacado de A Crítica (29 julho 1956), cujo editorial reproduz ao consagrado Boletim Interno.

Cosme-Damião, Guardiães da Ordem

Toda a cidade recebeu com o mais vivo interesse a criação e funcionamento da simpática corporação de milicianos que são os “Cosme-e-Damião”, destinada a zelar pela ordem e segurança de nossa população. Iniciando a sua tarefa há poucos dias, são já notórios, contudo, os serviços que veem eles prestando à nossa terra, andando de dois-em-dois, as mãos para trás, em constante vigília pelos quatro cantos da cidade, defendendo a propriedade pública e particular, zelando pela tranquilidade e sossego da população, amparando velhos e crianças, o que empresta aos simpáticos soldados uma auréola de benfeitores em quem todos confiam amplamente, porque todos têm a certeza de que se tratar de moços bem educados, treinados para o seu metiê, conscientes da missão que lhes é outorgada pelos seus superiores, vind0 daí, naturalmente, o grande cartaz que esses soldados desfrutam onde quer que apareçam.
Ainda ontem, nosso companheiro Afonso de Carvalho, a propósito da atuação dos Cosme-e-Damião, fez publicar, na sua c0luna, uma interessante crônica de enaltecimento aos modestos mas eficientes guardiães da lei e da ordem que atualmente operam nas ruas de Manaus.
E sobre o mesmo assunto, com prazer, transcrevemos tópicos do Boletim Interno da corporação, datado de 27 do corrente mês, em que se confirmam os dizeres elogiosos daquele nosso companheiro a respeito dos dignos milicianos, o qual, em síntese, é o seguinte:

“Cosme e Damião” – Elogio a uma Dupla — É possuído da maior alegria que elogio o cabo nº 123, Messias Salvador de França, e o soldado nº 82, Luiz Ferreira Lima, pela maneira correta e digna como se conduziram no 1º dia de serviço de vigilância noturna da cidade. Esta dupla de Cosme-e-Damião demonstrou possuir elevado espírito de iniciativa e noção do cumprimento do dever, ao tomar providência para que fosse fechada uma janela deixada aberta na Secretaria de Saúde, e, posteriormente, constatado que havia desprendimento de fumaça em uma dependência do citado prédio ocasionado por um esterilizador que ficara ligado desde o término do expediente dessa repartição. Deve ser ressaltado que, não fora a pronta intervenção desses milicianos, forçosamente irromperia um incêndio de consequências imprevisíveis naquele próprio do Estado.
Estas mesmas praças, solicitadas pelo titular da Delegacia de Roubos e Falsificações, prenderam, durante o seu quarto de ronda, a um ladrão de automóveis que se achava na direção do veículo de propriedade do Sr. Felipe Isper Abrahim.
Que isto sirva de exemplo para todos aqueles investidos da nobilitante missão policial, com a preocupação de fazer sentir a utilidade cada vez maior da nossa Corporação no serviço do policiamento da Capital. (Extraído do Boletim Interno nº 187, de 27.8.1956).

Como veem os nossos leitores, os Cosme-e-Damião de Manaus começam a se notabilizar pelo seu trabalho meritório em benefício de nossa cidade. Urge sejam eles multiplicados, o mais cedo possível, passando a agir também durante as horas do dia, pois só assim a nossa cidade será saneada dos maus elementos e sua população poderá viver horas de mais tranquilidade e segurança, fato que infelizmente, não ocorria há muitos anos, por incúria dos nossos governantes, sempre indiferentes pela sorte do povo.
A CRÍTICA leva sua palavra de estímulo a esses modestos guardiães da civilização, incarnados nas pessoas dos comandados do tenente-coronel Cleto Veras, desejando que o seu renome cresça e sua atuação vá sempre em crescendo, visando 0s fins para os quais foram criados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário