Na criação, em julho 1956 |
A evidente deficiência de policiamento na
cidade talvez me inspire a repetir esse mantra: o “Cosme e Damião” criado em
1956 foi um sucesso. Valeu, coronel Cleto Veras. A propósito, alguns
comandantes da PMAM já insistiram no retorno desse tipo de policiamento, porém,
sem qualquer êxito. Os periódicos atuais estão repletos dessas promessas, para
comprovar a assertiva, além de algumas marcas deixadas pelo centro da Cidade.
Volto a copiar as loas expressas pelos
jornais de netão, então de 1956, quando o comandante Cleto veras marcou seu
comando na corporação.
Conheci no GPO (Grupamento de
Policiamento Ostensivo), quando ingressei dez anos depois na PM, parte desse
pessoal e a postura com que policiavam as ruas. Em respeito ao saudoso sargento
Messias Salvador de França, saúdo a quantos compuseram aquele esquadrão de segurança.
O texto compartilhado foi sacado de A Crítica (29 julho 1956), cujo editorial
reproduz ao consagrado Boletim Interno.
Cosme-Damião, Guardiães da Ordem
Toda a cidade recebeu com o mais vivo interesse a
criação e funcionamento da simpática corporação de milicianos que são os “Cosme-e-Damião”,
destinada a zelar pela ordem e segurança de nossa população. Iniciando a sua
tarefa há poucos dias, são já notórios, contudo, os serviços que veem eles
prestando à nossa terra, andando de dois-em-dois, as mãos para trás, em
constante vigília pelos quatro cantos da cidade, defendendo a propriedade
pública e particular, zelando pela tranquilidade e sossego da população,
amparando velhos e crianças, o que empresta aos simpáticos soldados uma auréola
de benfeitores em quem todos confiam amplamente, porque todos têm a certeza de
que se tratar de moços bem educados, treinados para o seu metiê, conscientes da
missão que lhes é outorgada pelos seus superiores, vind0 daí, naturalmente, o
grande cartaz que esses soldados desfrutam onde quer que apareçam.
Ainda ontem, nosso companheiro Afonso de Carvalho,
a propósito da atuação dos Cosme-e-Damião, fez publicar, na sua c0luna, uma interessante
crônica de enaltecimento aos modestos mas eficientes guardiães da lei e da
ordem que atualmente operam nas ruas de Manaus.
E sobre o mesmo assunto, com prazer, transcrevemos
tópicos do Boletim Interno da corporação, datado de 27 do corrente mês, em que
se confirmam os dizeres elogiosos daquele nosso companheiro a respeito dos dignos
milicianos, o qual, em síntese, é o seguinte:
“Cosme
e Damião” – Elogio a uma Dupla — É possuído da maior alegria que elogio o cabo
nº 123, Messias Salvador de França, e o soldado nº 82, Luiz Ferreira Lima, pela
maneira correta e digna como se conduziram no 1º dia de serviço de vigilância noturna
da cidade. Esta dupla de Cosme-e-Damião demonstrou possuir elevado espírito de
iniciativa e noção do cumprimento do dever, ao tomar providência para que fosse
fechada uma janela deixada aberta na Secretaria de Saúde, e, posteriormente,
constatado que havia desprendimento de fumaça em uma dependência do citado
prédio ocasionado por um esterilizador que ficara ligado desde o término do expediente
dessa repartição. Deve ser ressaltado que, não fora a pronta intervenção desses
milicianos, forçosamente irromperia um incêndio de consequências imprevisíveis
naquele próprio do Estado.
Estas
mesmas praças, solicitadas pelo titular da Delegacia de Roubos e Falsificações,
prenderam, durante o seu quarto de ronda, a um ladrão de automóveis que se
achava na direção do veículo de propriedade do Sr. Felipe Isper Abrahim.
Que
isto sirva de exemplo para todos aqueles investidos da nobilitante missão policial,
com a preocupação de fazer sentir a utilidade cada vez maior da nossa
Corporação no serviço do policiamento da Capital. (Extraído do Boletim Interno nº 187, de 27.8.1956).
Como veem os nossos leitores, os Cosme-e-Damião de Manaus
começam a se notabilizar pelo seu trabalho meritório em benefício de nossa
cidade. Urge sejam eles multiplicados, o mais cedo possível, passando a agir também
durante as horas do dia, pois só assim a nossa cidade será saneada dos maus
elementos e sua população poderá viver horas de mais tranquilidade e segurança,
fato que infelizmente, não ocorria há muitos anos, por incúria dos nossos
governantes, sempre indiferentes pela sorte do povo.
A CRÍTICA leva sua palavra de estímulo a esses
modestos guardiães da civilização, incarnados nas pessoas dos comandados do
tenente-coronel Cleto Veras, desejando que o seu renome cresça e sua atuação vá
sempre em crescendo, visando 0s fins para os quais foram criados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário