Jorge Tufic |
Morreu hoje, em São Paulo, o poeta Jorge Tufic. Ainda
ontem, à noite, em visita ao poeta Almir Diniz conversamos sobre o autor do
Hino do Amazonas (Amazonas de bravos que
doam, / sem orgulho nem falsa nobreza, / aos que sonham, teu canto de lenda / aos
que lutam, mais vida e riqueza.) e senti nas palavras do Diniz a preocupação
com o silêncio de Tufic, sem sabermos que o mesmo se encontrava na UTI. A madrugada
de Cinzas compartilhou a pesarosa notícia.
Então, não sei por que motivo, lembrei-me da Marcha da quarta-feira de Cinzas, doutro
poeta, de Vinicius de Moraes.
Acabou
nosso carnaval
Ninguém
ouve cantar canções
Ninguém
passa mais brincando feliz
E
nos corações
Saudades
e cinzas foi o que restou
Praça da Polícia |
Talvez, nada a ver com a aflição que possa atingir a
cidade. Ou, oxalá seja verdadeira a dor que vai nos agoniar.
Abençoado fui, pois tive múltiplas oportunidades para
confraternizar, para conversar, para tomar o Chá com o poeta nascido em Sena Madureira (AC). Guardei alguns
brindes, um turbilhão de palavras e tantas considerações. Aprendi o quanto quis
sobre o Clube da Madrugada, do qual ele foi presidente e um dos maiores
sustentáculos, exímio condutor.
A propósito, o velho “mulateiro” na Praça da Polícia,
sob o qual madrugou este Clube, parece escoltar a expiação do velho presidente.
Diria que já se encontra na UTI, resiste apenas com uns poucos ramos, mostrando
a desintegração (foto). Não sei se
conto a ele do desaparecimento de Jorge Tufic.
Um dia, em minha residência no Igarapé de Manaus,
para comemorar o aniversário de outro poeta, o falecido Sergio Luiz Pereira, o
Chá do Armando se reuniu. Jorge Tufic prestigiou a festança, ocasião em que
fotografei este momento prazeroso.
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