CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, janeiro 01, 2016

ANIVERSÁRIO DE BORBA

Abaixo, meu presente para a cidade. Trata-se de um texto publicado em periódico de 1956, que descreve a iniciativa do Clube Filatélico local (ainda existente), que providenciou ainda que tardiamente a emissão de selos postais para celebrar o bicentenário de Borba.

Esclareço que esse tipo de material postal deve ser providenciado com bastante antecedência, que não aconteceu no caso. Daí não acreditar que o falecido Pereira da Silva, apesar de membro da Câmara Federal, tenha conseguido êxito. Como ex-filatelista, e conhecedor de catálogos de selos brasileiros, sei que não existe selo brindando aquela efeméride.

Não sei indicar a razão, porém os festejos de então ocorreram em junho. Já relatei esse episódio em outra postagem. Estive presente às celebrações, que ocorreram na festa do padroeiro – 13 de junho. Presente a cúpula da igreja católica, cujo arcebispo, Dom Alberto Ramos, conduziu padres e seminaristas para solenizar a festa. Era pároco de Borba, o lembrado cônego Bento José de Souza.

Verdade que hoje, primeiro dia do ano, a cidade de Borba, a mais antiga do Amazonas, celebra seu aniversário. E as festas espalham-se pelos barrancos borbenses marcando a efeméride.

Salve Borba!

 
Recorte do extinto jornal A Gazeta, de Manaus
Iniciativa louvável do Clube Filatélico do Amazonas
Pedida a colaboração do deputado Pereira da Silva para a iniciativa (*)

A cidade de Borba festejará em junho vindouro o seu segundo centenário de fundação, para cuja solenidade inúmeros são os preparativos que ali se vêm fazendo.
Hoje, a nossa reportagem conversando com o Sr. Alexandre Chaves da Silva, presidente do CFNA (Clube Filatélico e Numismático do Amazonas), teve a oportunidade de saber que esta entidade pleiteará junto ao deputado federal Pereira da Silva, a apresentação de um projeto de lei autorizando a emissão de dois selos comemorativos àquele centenário.
O ofício que o CFNA dirigiu ao deputado Pereira da Silva está assim redigido:

Exmo. Sr.Vimos à presença de V. Exa. solicitar sua merecida atenção para o assunto que passamos a expor em linhas abaixo: 
2. Devendo realizar-se no próximo mês de junho, na cidade de Borba, os festejos comemorativos de seu 2º Centenário, o Clube Filatélico e Numismático do Amazonas, parte integrante dos festejos, vem solicitar a V. Exa. se digne apresentar um projeto de Lei, na Câmara Federal, no sentido de ser autorizado a emissão de dois selos comemorativos assim discriminados: Cr$ 0,60 e Cr$ 1,20. 
3. O selo de Cr$ 0,60 será representado pela sua Igreja Matriz e o de Cr$ 1,20 representando um jesuíta e dois índios. Justificando as nossas sugestões, desejamos adiantar à V. Exa. que a referida igreja foi um dos baluartes durante a Guerra dos Cabanos, quando a mesma serviu de forte, hospital de sangue e abrigo das famílias fugitivas, que procuravam refúgio.
O segundo, tem sua justificativa, uma vez que Borba deve toda a sua civilização e colonização aos Jesuítas que, juntamente com padre João Sampaio, seu fundador, subiam os rios do Amazonas, em busca de índios para aquele núcleo recém fundado.    
4. Carimbo comemorativo – Alusivos em todas as comemorações e centenários, também solicitamos a sua valiosa interferência junto ao Exmo. Sr. Diretor Geral dos Correios e Telégrafos para que, seja autorizado a confecção de um Carimbo obliterador, redondo, usual para comemorações, em metal e para tinta preta. 
5. Queremos frisar, outrossim, que no caso de aprovada e autorizada essa nossa solicitação, sejam os selos e o respectivo carimbo enviados à Diretoria dos Correios e Telégrafos do Amazonas em tempo não além do dia 25 de maio, uma vez que há necessidade de os mesmos serem remetidos à cidade de Borba, com o tempo necessário para o seu lançamento no dia do Centenário. 
6. Na expectativa de uma honrosa atenção para esse pedido, colocamo-nos à disposição de V. Exa. para ulteriores entendimentos, sobre o que ficamos no aguardo de uma breve contestação. 
Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos com estima e apreço.
(*) A Gazeta, 3 de fevereiro de 1956

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