Faculdade de Direito do Amazonas, 1969 |
Recorro ao saudoso
mestre Waldir Garcia que, em seu livro À
Sombra dos igapós, relembra a sua turma na Faculdade de Direito, turma de
1946, da qual ainda se encontra morando em Brasília-DF o poeta Aureo Mello.
QUARENTA
ANOS DEPOIS
No
ano de 1942 após aprovação no 2º ano do Curso Complementar Pré-Jurídico, no Colégio Dom Bosco de Manaus,
submetemo-nos à exame vestibular e ingressamos na vetusta Faculdade de Direito
do Amazonas. Cinco anos após, concluímos o curso seriado.
Nossa
turma, que teve como orador o José Lindoso, era assim constituída: Antônio Barbosa de Amorim Tupinambá, Aury Góis da
Silva, Áureo Bringel de Mello, Edílio Ribeiro de Farias, Francisco Zenon Teófilo
Lessa, José Bernardino Lindoso, José Ivan de Hugo Silva, Kideniro Stephenson
Teixeira, Mário Ypiranga Monteiro, Mário Silvio Cordeiro de Verçosa, Mozart
Cervinho Martins, Mateus da Silva, Neper Antony e Waldir Garcia.
De
posse dos diplomas de Bacharéis em Direito, a turma partiu para o exercício da
vida profissional, e pouco a pouco fomos medrando os mais altos postos da vida
pública do Estado.
Escola Técnica Federal do Amazonas, anos 1960
Aury Góis da Silva, exímia cronista social, que assinava sob o pseudônimo de "Thais", destacou-se na vida social. Foi diretora do Departamento Feminino do Atlético Rio Negro Clube, e durante mais de 20 anos promoveu a Festa das Debutantes daquela agremiação, com invulgar sucesso. Funcionária destacada da Universidade do Amazonas, para tristeza nossa faleceu no corrente ano (1986).
Áureo
Bringel de Mello é procurador autárquico. Foi deputado federal pelo estado da
Guanabara. Poeta, escritor, jornalista profissional e político militante.
Edílio
Ribeiro de Farias não militou na advocacia. Optou, entretanto, pela profissão
de Despachante, onde se houve com invulgar sucesso.
Francisco
Zenon Teófilo Lessa seguiu a carreira bancária. Foi gerente do Basa em várias
cidades e está aposentado.
José
Bernardino Lindoso: advogado, professor titular da Universidade do Amazonas.
Foi secretário de Estado de Educação e Cultura, deputado federal, senador da
República e Governador do Amazonas (1979-82).
Escritor e membro da Academia Amazonense de Letras.
José
Ivan de Hugo Silva: advogado militante e escritor de obras jurídicas. Reside, atualmente,
no Rio de Janeiro.
Mário
Ypiranga Monteiro: professor, escritor, historiador emérito. Membro destacado
da Academia Amazonense de Letras, sodalício que preside com invulgar
proficiência.
Mário
Sílvio Cordeiro de Verçosa: professor universitário, desembargador decano do Tribunal
de Justiça do Estado. Já foi presidente do Tribunal três
vezes, e interventor do mesmo Tribunal de janeiro a maio do corrente
ano. Foi Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Amazonas de 1962 a
1977 e presidente da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil,
em 1969. É escritor, com três obras publicadas.
Mozart
Cervinho Martins foi juiz substituto da Capital. Faleceu no ano passado (1985).
Mateus
da Silva é procurador jurídico da Prefeitura Municipal de Manaus. Estudioso de História
da Civilização, é considerado o maior
egiptólogo existente no Amazonas.
Neper
Antony: advogado brilhante e festejado jornalista, como tal destacado desde seu
tempo de estudante, como colaborador da "Página Escolar" do Colégio D.
Bosco, tendo merecido, por isso, elogiosas referências do então Diretor, Pe.
Estélio Dálison. Nos seus escritos diários, Neper expressa a verdadeira função
do jornal, que no dizer de Walter Ramos Poyares é, em resumo, "expor o homem
ao homem todos os dias".
Waldir
Garcia: professor decano da Escola Técnica Federal do Amazonas; membro do
Conselho Estadual de Educação e conselheiro da OAB/AM. Foi juiz substituto da
Capital; juiz Auditor Militar do Estado; secretário de Estado de Educação e
Cultura e de Segurança Pública em Roraima, onde assumiu por diversas vezes,
como substituto, o Governo daquele Território. Foi, também, diretor eleito da
Escola Técnica Federal do Amazonas. É advogado militante.
Nossa
formação jurídica devemo-Ia aos insignes mestres: Souza Brasil, Análio de
Rezende, Manoel Barbosa, Augusto de Rezende Rocha, Sócrates Bonfim, Sadoc Pereira, Adriano Queiroz, Davi Alves de Melo,
Raimundo Nonato de Castro, Abdul Sayol de Sá Peixoto, Henoch Reis, Cunha Costa,
Alfredo Costa, Afonso Elvas Cordeiro e Tomás de Carvalho.
Eis,
pois, numa visão rápida, os caminhos percorridos pelos Bacharéis em Direito de
1946, turma que, sem falsa modéstia, tem honrado e dignificado o nome da
tradicional Faculdade de Direito do Amazonas. É o que se constata, Quarenta Anos Depois (1986), na efeméride comemorada pelos bacharéis
em Direito de 1946, num lauto jantar de confraternização no dia 14 do fluente.
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