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quarta-feira, junho 05, 2024

PMAM: SEUS PRIMÓRDIOS (33)

 Novo capítulo da história da atual Polícia Militar do Amazonas, relativo ao período provincial, compartilhado do meu almejado livro Guarda Policial (1837-1889).

 

Conrado Jacob de Niemeyer (1831-1905)

(filho de militar português de mesmo nome e de Olímpia Estelita de Aguiar Giffenig; militar, engenheiro e político)

Niemeyer foi nomeado em 29 de janeiro de 1887 e assumiu a presidência em 23 de março. Constava em seu currículo ser bacharel em Matemática pela antiga Escola Militar da Corte; comendador da Imperial Ordem da Rosa; cavaleiro da de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Militar de São Bento de Aviz; condecorado com a Medalha de Campanha do Paraguai. Na oportunidade da posse, era coronel do Corpo de Engenheiros; presidente e comandante das Armas da Província do Amazonas. Sua gestão amazonense prosperou até 10 de janeiro de 1888. Quiçá para melhor auxiliá-lo na gestão provincial, ou já disseminando o nepotismo que angustia há tanto tempo o país, emprega como secretário – Olympio Giffenig von Niemeyer. Em que grau seria esse parentesco? Avaliando o sobrenome, seria assaz próximo.

Relatório Niemeyer


Tão logo, em 25 de março, o presidente Niemeyer, em Relatório com que instala a sessão legislativa, relata uma tenebrosa ocorrência envolvendo integrantes de duas tropas armadas em atividade na capital. De um lado, elementos da Guarda Policial e, de outro, soldados do Exército. Conhecedor do assunto, por sua patente militar, Niemeyer cientifica os legisladores de que, em face da gravidade da altercação, encaminhou-a ao conhecimento do Governo Imperial.

Em resumo, o choque entre os praças teve início cerca de 18h30, de 23 de fevereiro. O local – proximidades do quartel do 3º Batalhão de Artilharia, atual Colégio Militar de Manaus, quando dois Guardas faziam policiamento na estrada de Epaminondas. Sem explicações, os guardas são “atacados e esbordoados a cacete, por praças do batalhão”. O provimento presidencial consistiu em reunir os comandantes dos contendores, além do Chefe de Polícia, presumindo a evolução do conflito, diante das “rivalidades frequentes entre a força de polícia e a de linha”.

A despeito dessa diligência, novo conflito voltou a se verificar entre os litigantes, agravado pela participação de “cearenses moradores na Estrada (de Epaminondas), que são patrícios da maioria dos policiais”. Cerca de uma hora da madrugada, enfim, contornado o ataque mútuo, foram contados os feridos: “cinco soldados do 3º Batalhão, todos à bala, e só um gravemente; e da polícia seis, sem falar nos dois primeiros, todos a sabre”. Semelhantes divergências ou altercações, como perduraram. Talvez em nossos dias tenham sido amenizadas ou até anuladas, diante da reduzidíssima presença de militares fardados nas ruas.

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