Novo capítulo da história da atual Polícia Militar do Amazonas, relativo ao período provincial, compartilhado do meu almejado livro Guarda Policial (1837-1889).
Conrado Jacob de Niemeyer (1831-1905)
Niemeyer foi nomeado em 29 de
janeiro de 1887 e assumiu a presidência em 23 de março. Constava em seu
currículo ser bacharel em Matemática pela antiga Escola Militar da Corte;
comendador da Imperial Ordem da Rosa; cavaleiro da de Nosso Senhor Jesus Cristo
e da Militar de São Bento de Aviz; condecorado com a Medalha de Campanha do
Paraguai. Na oportunidade da posse, era coronel do Corpo de Engenheiros;
presidente e comandante das Armas da Província do Amazonas. Sua gestão
amazonense prosperou até 10 de janeiro de 1888. Quiçá para melhor auxiliá-lo na
gestão provincial, ou já disseminando o nepotismo que angustia há tanto tempo o
país, emprega como secretário – Olympio Giffenig von Niemeyer. Em que grau
seria esse parentesco? Avaliando o sobrenome, seria assaz próximo.
Relatório Niemeyer
Tão logo, em 25 de março, o
presidente Niemeyer, em Relatório com
que instala a sessão legislativa, relata uma tenebrosa ocorrência envolvendo
integrantes de duas tropas armadas em atividade na capital. De um lado,
elementos da Guarda Policial e, de outro, soldados do Exército. Conhecedor do
assunto, por sua patente militar, Niemeyer cientifica os legisladores de que,
em face da gravidade da altercação, encaminhou-a ao conhecimento do Governo
Imperial.
Em resumo, o choque entre os
praças teve início cerca de 18h30, de 23 de fevereiro. O local – proximidades
do quartel do 3º Batalhão de Artilharia, atual Colégio Militar de Manaus,
quando dois Guardas faziam policiamento na estrada de Epaminondas. Sem
explicações, os guardas são “atacados e esbordoados a cacete, por praças do
batalhão”. O provimento presidencial consistiu em reunir os comandantes dos
contendores, além do Chefe de Polícia, presumindo a evolução do conflito,
diante das “rivalidades frequentes entre a força de polícia e a de linha”.
A despeito dessa diligência,
novo conflito voltou a se verificar entre os litigantes, agravado pela
participação de “cearenses moradores na Estrada (de Epaminondas), que são patrícios da maioria dos policiais”. Cerca
de uma hora da madrugada, enfim, contornado o ataque mútuo, foram contados os
feridos: “cinco soldados do 3º Batalhão, todos à bala, e só um gravemente; e da
polícia seis, sem falar nos dois primeiros, todos a sabre”. Semelhantes
divergências ou altercações, como perduraram. Talvez em nossos dias tenham sido
amenizadas ou até anuladas, diante da reduzidíssima presença de militares
fardados nas ruas.
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