Quartel da Praça da Polícia, 1950 |
Neste mês, o evento foi lembrado no dia 11, quando o comando-geral, além de reverenciar o Patrono da corporação, outorgou a Medalha Cândido Mariano a diversas autoridades civis e militares.
Na ocasião, como de praxe, foi lida a Ordem do Dia, assinada pelo comandante-geral da PMAM - coronel PM Augusto Sergio Farias Pereira, abaixo transcrita.
ORDEM DO DIA
ALUSIVA AO
RETORNO DA TROPA
DA CAMPANHA
DE CANUDOS
Prezados
senhores,
É com honradez e dever de
reconhecimento que a Polícia Militar do Estado do Amazonas relembra, nesta
solenidade militar, o retorno vitorioso e emocionante do contingente Policial
Militar que combateu na Guerra de Canudos, o movimento liderado por Antônio
Vicente Mendes Maciel, conhecido popularmente como "Antônio
Conselheiro".
O movimento de caráter
político-religioso iniciou-se na localidade conhecida por Canudos, entre 1896 e
1897, pelo fato da população local estar insatisfeita com a autorização do governador,
para cobranças de impostos aos habitantes do interior do Estado da Bahia. A mobilização
chegou a abranger diversas localidades, repercutindo nacionalmente e preocupando
os governantes, o que levou a uma reação enérgica por parte do governo da
época. O fato é muito bem retratado no livro denominado Os Sertões, de autoria de Euclides da Cunha.
"Antônio Conselheiro"
juntamente com seus seguidores deslocaram-se para o interior da Bahia e, no
município de Bom Jesus, às margens do Rio Vaza-Barris, criaram a Comunidade
Revolucionária de Canudos, como uma das ideias do líder era de emancipação,
logo o movimento repercutiu em todo o Estado da Bahia.
As Forças Federalistas enfrentavam
incomensuráveis dificuldades para derrotar os inimigos da Nação. Após as três
primeiras expedições terem sido derrotadas sumariamente, o Governador do Estado
do Amazonas, à época, Fileto Pires-Ferreira, atendeu à convocação do Governo
Federal e determinou sob o comando do tenente-coronel Cândido Mariano o envio
de um contingente policial militar da Força Pública Estadual, denominado de
Batalhão Amazonas. Composto por 24 oficiais e 249 praças, partiu de Manaus em 4
de agosto daquele ano, no vapor Botelho
rumo à Belém e, posteriormente, no vaso de guerra Carlos Gomes, até os Estados do Maranhão e Pernambuco, alcançando
seu destino, Salvador, no dia 24 do mesmo mês.
No combate, a tropa amazonense destacou-se a partir de setembro e conquistou várias frentes sob o comando
do coronel José Sotero de Menezes, do Corpo Policial do Estado do Pará, que, de
forma conjunta com as milícias do Pará e de São Paulo, empunharam as armas e
conquistaram um ponto estratégico: a estrada Uauá-Canudos, fechando assim o
sítio da Troia Jagunça.
De 24 de setembro a 1º de outubro, a
tropa do Amazonas enfrentaria diversos combates estreitando cada vez mais o
cerco ao arraial e, finalmente, tomando o reduto defensivo das igrejas Nova e
Velha, bem como grande número de casas do oponente, em "horrível combate
corpo-a-corpo".
Do resultado das lutas sangrentas no
sertão baiano, morreram: um oficial do posto de capitão; e 12 praças, 23 praças
ficaram feridos e 15 desaparecidos. Em 8 de outubro de 1897, finalmente, a
Campanha foi encerrada e o Batalhão Amazonas desembarcou, em 8 de novembro de
1897, vitorioso na capital amazonense, sendo recebido na Praça da Polícia, de
braços abertos com ímpar satisfação popular, em uma das mais belas aclamações
públicas registradas na história do nosso Estado.
Passados 119 anos, a
Campanha de Canudos não representa apenas um acontecimento vitorioso da Polícia
Militar do Amazonas, e sim, uma demonstração de coragem, disciplina e heroísmo
dos nossos antepassados, o quais refluem com obstinada determinação.
Atualmente o espírito dos pioneiros
permanecem nas ações desenvolvidas nos mais longínquos rincões do Amazonas e da
Pátria, através de contingentes hipotecados à Força Nacional de Segurança
Pública, preservando a Ordem Pública durante os Jogos Olímpicos no Brasil, bem
como efetivo ombreado nas Forças de Paz da Organizações das Nações Unidas (ONU)
— destacadamente as missões de paz no Haiti e na Guiné-Bissau. Continuamos
deixando viva em nossa memória a lembrança de que a grandeza desta instituição
também foi feita com o sangue daqueles que, envergando sua farda, tombaram
defendendo seus valores e seu pavilhão, exemplos esses que nunca serão
esquecidos, mas, sim, irradiados dentro da Instituição Policial Militar.
Neste momento solene, paira o
espírito de gratidão à Deus, o excelso criador do Universo, quando relembramos
os feitos do herói e Patrono da Polícia Militar do Amazonas, tenente-coronel
Cândido Mariano, bem como dos 273 aguerridos policiais empenhados nessa
singular incumbência, onde suas virtudes são tomadas como molde e inspiração
para os nossos Policiais Militares.
Rogamos ao nosso Deus para que nos
conceda PACIÊNCIA, COMPREENSÃO, HARMONIA e UNIÃO para que assim possamos
proporcionar a segurança almejada pela sociedade amazonense!
Pela paz!
Pela ordem!
Sempre atentos!
Soldados da Polícia
Militar!
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