Capa do livro |
Waldir Garcia, juiz e educador,
nascido em Silves (AM) registrou no livro de crônicas À sombra dos igapós (Manaus: Imprensa Oficial, 1987) uma série de
fatos não apenas de sua cidade natal, mas igualmente de sua atividade em
Manaus. O livro traz ilustrações do competente artista Edemberg Jr.
Catei deste livro a crônica
abaixo, para relembrar o saudoso professor e eminente magistrado.
O
NOSSO VELHO GYMNASIO
Ginásio Amazonense D Pedro II, 1936 |
Evoquei, então, meus colegas do 2º ano ginasial, com os quais mantinha maior ligação de companheirismo e estudos: Alípio Meninéa Netto, Antero Riça, Adiles e Lais Galvão Bivar, Asdrubal Pedrosa de Oliveira, Carlos Lopes Rodrigues, Claudio Coelho, Friné Benayon, Guilherme dos Santos Ferreira, Graciliano Muniz, Hugo Garcia, José Bezerra, Lúcio Cavalcante, Manoel de Leiros Garcia, José Alonso, Mário Fernandes da Costa (o Mário Broa), Moisés Benarrós Israel, Murilo Gama Rodrigues, Rodolfo Guimarães Vale e Yolanda Pinto.
Recordei nossas equipes desportivas de futebol e basquete, aguerridas e sempre triunfantes. No futebol pontificavam: Yano Monteiro, goleiro já famoso, seguido de José Bezerra, Manoelito, Hugo, Claudio Coelho, Zé Bento e, sobretudo, René Monteiro e Minos Azevedo, famosos goleadores da época.
No
basquete brilhavam Clóvis e Clodomir Coelho, Jurandir Costa (o Bacurau), Silvio
Tapajós, Paulo Saldanha e muitos outros. Recordei a rivalidade então existente
entre os alunos do Colégio Dom Bosco e do Gymnasio e lembrei a briga havida entre
Geraldo Coimbra, do Dom Bosco, e Mário Broa,
do Gymnasio, dois gigantes, que se defrontaram de igual para igual sem haver vencido nem vencedor.
Mas
evoquei, sobretudo, a figura de nossos velhos Mestres, que saudosamente passo a
enumerar: Álvaro Botelho Maia, Pe. Manoel Monteiro, Carlos Mesquita, Vivaldo
Palma Lima, Antônio Teles de Sousa, José Joaquim Martins Santana, Ricardo Mateus
Barbosa de Amorim (o velho Buda, como respeitosamente o chamávamos), Pe. Israel
Galdino de Sousa, Aurora Ramos de Moraes Rego, Augusto Rocha, Maria Augusta
Bacelar, Maria Nogueira Marques, Manoel Bastos Lira, Arthur César Ferreira
Reis, Antônio Conte Teles de Sousa, Pedro Silvestre da Silva, Maria Luiza de Saboya,
Paulo de Mello Rezende, Alcides Nogueira, Maria do Carmo Samico, o instrutor
militar Sandoval Amorim e, sobretudo, o inefável Agnello Bittencourt, o qual,
de todos os mestres que tive nessa época, foi o que me deixou a mais nítida
recordação e exemplo, pela sua postura elegante e sóbria, educador
paradigmático, cuja presença em sala de aula ou fora dela, por si só, imprimia
respeito e veneração de todos seus alunos. Sua voz mansa, paternal, explicações objetivas e pragmáticas, sem contar com os recursos pedagógicos de hoje, eram suficientes para um proveitoso aprendizado da matéria que lecionava. Foi professor de duas gerações de Garcia, de meu pai, formado em 1912, e da minha geração. Tornei-me amigo de seus filhos Mário, que militou comigo na Magistratura, Agnello Filho e Ulisses, a quem devoto sincera admiração pelos trabalhos intelectuais que produz, e pelo amazonismo que defende e venera.
À época do cinquentenário do Gymnasio Amazonense Pedro II, em 1936, seu então diretor, professor Carlos Mesquita, publicou a seguinte Mensagem:
"Ao
comemorar o Ginásio Amazonense Pedro II o seu cinquentenário, eu quero saudar
os trezentos e cinquenta ginasianos que cursam suas aulas, animando-os,
incentivando-os ao estudo que eleva, ao bom comportamento que enobrece. Unamo-nos todos – professores e alunos – e visemos
a defesa do Ginásio, que é a do Amazonas, que é a do Brasil. Trabalhemos,
estudemos, legando, assim, às gerações ginasianas futuras, o exemplo
dignificante dos
amazônidas de hoje.
Avante,
ginasianos amazonenses! Pelo Ginásio! Pelo Amazonas! Pelo Brasil!
a) Carlos Mesquita -
Diretor
A
Mensagem do professor Carlos Mesquita, supratranscrita, anima-nos a lutar pelo
soerguimento do velho Gymnasio Amazonense Pedro II. Anima-nos e conforta-nos, sobremodo, a alvissareira notícia que
nos foi transmitida pela atual secretária de Educação e Cultura e presidente do
Conselho Estadual de Educação, Dra. Freida Bittencourt, de que o dinâmico governador
Gilberto Mestrinho mandará, em breve, soerguer o prédio do nosso velho Gymnasio
Amazonense Pedro II.
Nenhum comentário:
Postar um comentário