A Gazeta. Manaus, 4 abr. 1964 |
Jurandir Macedo, o Macedão, como acentua para seus "seguidores", havia preparado 29 quadros, utilizando diversas técnicas, com destaque para o quadro da Santa Ceia. O registro pertence ao jornal A Gazeta.
Ocorreu que, em 31 de março, partiu de Minas Gerais um movimento que redundou no longo Governo Militar (1964-1985). Assim, no dia seguinte, depois de uma noite de boatos, de expectativas em geral, em especial em Manaus, onde as comunicações mais breves estavam restritas ao rádio e o telégrafo, a exposição estava aguardando os visitantes.
Mas, nesse fatídico dia o clima não estava para brindes, pois algumas detenções haviam sido efetuadas, portanto, a movimentação de qualquer tropa causava burburinhos. Todos estavam colados ao rádio, para saber as últimas da capital do País.
Indiferente ao movimento político, Macedão amanheceu na porta do jornal e ultimava os preparativos para a festa. Os convidados chegando, os familiares e os amigos presentes, tudo se encontrava no devido lugar.
Nesse momento, estaciona à frente do matutino um veículo militar, trazendo algum material para a exposição. Dá para imaginar o mal estar, um princípio de esconde-esconde entre os presentes. Foi marcante, pois, a abertura da primeira exposição do Macedão.
Apesar desse detalhe, a expo funcionou com todos os méritos, como atestaram os já consagrados “pintores” da terra. Macedão, todavia, optou pelo serviço militar e hoje desfruta da aposentadoria de major da reserva. Embora na caserna, seguiu pintando especialmente retratos, tendo conquistado na Força Terrestre uma ampla e respeitável aceitação. Alguns dos nobres comandantes e patronos desta Força foram retratados por ele e se encontram em consagradas galerias.
Na Valer, Jurandir Macedo autografa seu livro |
Vida longa, Jurandir, regente da Macedônia e barão do São José do Rio Negro.
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