CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

segunda-feira, março 28, 2011

KIKÃO E OUTROS CACHORROS

Quando o professor Sérgio Freire lançou seu livro Amazonês (Livraria Valer, R$ 30,00), um verbete despertou-me a atenção: kikão. Acredito que a mais outros manauenses. Quem não provou um kikão? E quem saboreou o kikão primitivo deve ter suspirado.

Houve uma pequena resvalada do mestre Sérgio, por isso, pensei em escrevê-lo. Mas, precisava consolidar a história do Kikão, que A Crítica de ontem divulgou. Eu apenas sabia da missa a metade, e quem me contou foi o amigo Osório Fonseca.
Extraído de A Crítica, 27 mar. 2011
Ao frequentar um curso militar em Porto Alegre, coronel Osório conheceu o “avô” do Kikão. O pai do Alceu Pereira possuía uma cantina e, em certa ocasião, sabendo da procedência do Osório, contou-lhe que seu filho estava em Manaus trabalhando na churrascaria Gauchão.

Para quem não se lembra: a churrascaria que parece ter sido a primeira em Manaus, funcionava na avenida Castelo Branco esquina da rua Barcelos, atrás do cine Ipiranga. Nos dias atuais, ali funciona a igreja Internacional da Graça de Deus. Deixando a churrascaria, o Alceu criou o Kikão.

Aproveito a oportunidade para relembrar históricos precursores do Kikão em Manaus. Dois por excelência: o cachorro-quente do Mudinho, na República do Pina, e o Disco Voador do seu Vasco, no Parque Amazonense.
Ambos produzidos com “picadinho” (carne moída), o Mudinho servia a porção em pão “pequeno”, massa grossa, de 100 gramas, com algum tempero e acentuada presença de feijão-de-metro. Para quem fosse do ramo, forte molho de pimenta. Ninguém recorda seu nome, mas todos se referem ao Mudinho, que desapareceu, creio, no início de 1970.
Até a publicação de O Jornal (9 jan. 1966), com um título carnavalesco: Pina tirou São Jorge do cavalo e proclamou sua república. Nela, o repórter lembrou o “bem humorado Mudinho”, que começou vendendo em um tabuleiro e já desfrutava de um carro de madeira com toldo.
O Mudinho vendia seu cachorro-quente na República do Pina,
que existiu até 1975
Seu Vasco utilizava o pão de hambúrguer, daí a denominação de Disco Voador. Tinha um detalhe, ele esquentava o sanduba em aparelho de ferro levado direto ao fogo, ainda hoje utilizado. Outro detalhe: costumava “comentar” lances do futebol. Não esqueço um mote. Sempre que o goleiro “encaixava” a bola chutada, seu Vasco confidenciava - “já sei, tá namorando a irmã do goleiro”. Acredito que o leitor encontrará mais detalhes no http://www.bauvelho.com.br/.

4 comentários:

  1. Olá.

    Interessante a história do kikão. Gostaria de saber mais histórias, principalmente a de um lanche chamado Kikão Centro, situado na esquina da José Clemente com Costa Azevedo.
    Havia um kikão muito gostoso por lá, receita de uma gaúcha chamada Cândida. O lanche funcionou com esse nome KIKÃO CENTRO até 1992.

    Hoje o nome AFRICAN HOUSE.

    Se houver alguma lembrança, fico feliz por resgatar mais um pedaço da história da cidade.

    Grato
    Carlos Augusto de Oliveira Neto

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    1. D. Candida era minha mãe eu lembro de pouca coisa da epoca

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  2. Dentro do tema, houve um carro de kikão, porém com o nome de MIKÃO, do sr. Ubirajara (Sei Bira) que era Mineiro. Começou em 1976 na Praça 14 e terminou em 1994. Muito bom e tradicional. Maionese caseira e muito queijo ralado.

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  3. Dentro do tema, houve um carro de kikão, porém com o nome de MIKÃO, do sr. Ubirajara (Seo Bira) que era Mineiro. Começou em 1976 na Praça 14 e terminou em 1994. Muito bom e tradicional. Maionese caseira e muito queijo ralado.

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