Carta de Mário Ypiranga |
Em 2 de agosto de 1987, o saudoso historiador Mário Ypiranga remeteu ao comandante da Polícia Militar o documento abaixo transcrito, sobre a Bandeira do Amazonas. O comandante, coronel Pedro Lustosa, fez muito pouco, apenas encaminhou ao oficial imediatamente inferior para as providências. Nada é conhecido do solicitado pelo mestre.
Tenho aqui exposto documentos e comentado sobre o assunto, esperando aclarar a questão. A transcrição pode esclarecer dúvidas, como a do cronista Julio Uchoa (1897-1970) que, em certa ocasião, se intrigou com a bandeira branca e azul-celeste do Amazonas. Tomara que eu concretize o entendimento sobre o pavilhão amazonense.
Prosseguindo no meu interesse de reconstituir a história do Amazonas e principalmente a da Polícia Militar do Estado, tão desgraçadamente interrompida pelos sucessos fatais da Revolução de Outubro de 1930, trago à consideração de V. Sa. o seguinte:
a) A bandeira da Província do Amazonas deveria ser preservada e considerada motivo de orgulho para essa corporação, como parte da sua história, e portanto ser anexada aos troféus dignos de amostrados ao público em sala de armas, paradas militares, cerimônias outras.
b) A bandeira da Província do Amazonas consta de um plano cortado por duas diagonais que formam quatro triângulos abertos, figurando dois deles em cor azul-celeste (superior e inferior) e em branco puro os dois triângulos laterais opostos, esquerdo e direito.
c) Esta bandeira figura, ainda, em atlas universais que não conseguiram acompanhar a mudança da bandeira do nosso Estado, mas sem a indicação PROVÍNCIA, e sim BANDEIRA DO ESTADO DO AMAZONAS.
d) As cores branca e azul-celeste reúnem as cores da bandeira real arvorada em embarcações, prédios etc. ao tempo da Colônia, mas não nos ocorre o motivo da narração triangular.
e) A bandeira deverá seguir os módulos da bandeira amazonense existente, de acordo coma lei que rege a espécie.
f) Há cerca de três anos tentei popularizar a Bandeira da Província, indicando-lhe os característicos à senhora diretora do Colégio Estadual do Amazonas, que a fez apresentar numa das paradas de Sete de Setembro. De lá para cá ficou esquecida completamente a iniciativa tomada por mim.
Espero que esta contribuição à história da nossa Polícia Militar seja mais uma vitória sobre o pouco que restou do que foi criminosamente destruído naquela revolução de 1930.
Saúde e fraternidade
Mário Ypiranga Monteiro
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