O Jornal, Manaus, 25 set. 1949 |
1897 – O Batalhão da Polícia Militar, que sob o comando do tenente-coronel Cândido José Mariano participou da Campanha de Canudos, desembarca em Manaus. Ovacionado pela população, à frente as maiores autoridades, seus integrantes foram acolhidos como heróis. Ao tempo, entendia-se que a vitória das forças militares havia posto fim a um possível retorno da monarquia. A República estava salva.
Todos sabem que neste confronto entre irmãos, não apenas se derramou sangue, desagregou famílias e até uma população inteira, os habitantes do Belo Monte ou, como ficou reconhecido na história pátria, Canudos.
Por isso, ainda hoje a data segue rememorada pela corporação. Mesmo que os ensinamentos acadêmicos e os livros escritos pelo planeta afora, queira refletir sobre um acontecimento com a visão de nosso tempo.
Euclides da Cunha produziu um livro consagrador – Os sertões. Nele, o fluminense autor desvenda as dificuldades próprias da região, atropelos que exigiram o deslocamento de quatro ou cinco expedições contra os seguidores de Antonio Conselheiro, na “guerra do fim do mundo”. Na definição de Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura deste ano, autor de estudo sobre o episódio.
Julio Uchoa, um estudioso de temas amazônicos, escreveu com sapiência sobre Canudos. Apenas que o texto que reproduzo se refira ao combate de 25 de setembro, onde a força amazonense fez sua estreia na pugna conselheirista. A partir dessa data, o final de Canudos era questão de horas. Acabou em 4 de outubro, todavia.
Retirando-se do palco de combate dois dias depois, a tropa de Candido Mariano desembarcou em Salvador (BA), onde tomou o transporte de guerra – Carlos Gomes, para fazer escala em Belém (PA).
A Polícia Militar do Amazonas tomou o nome daquele comandante para denominar sua medalha mais expressiva. Há ainda uma tropa - Rocam (Rondas Ostensivas Candido Mariano) - que patrulha a cidade diariamente.
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