CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, abril 22, 2010

POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS


Palacete Provincial - 1867

Informação contida em Relatório de 1867, o presidente da Província, José Coelho da Gama e Abreu (1867-68), alude à compra de um prédio em construção, pertencente a Custódio Pires Garcia, capitão da Guarda Nacional. O sobrado -- Palacete Garcia, situava-se à rua do Espírito Santo, hoje Dr. Moreira. Estendia-se em direção ao “aterro” (denominação dada ao soterramento do igarapé existente nos fundos), atual avenida Floriano Peixoto. E, em frente, havia amplo terreno destinado a construção de logradouro para o entretenimento da urbe.


O largo ali edificado já acumula várias denominações: Largo do Palacete; Largo 28 de Setembro (em memória da Lei do Ventre Livre, de 1871); depois Praça da Constituição (dos primeiros instantes da República); de João Pessoa, no alvoroço do “golpe getulista” (1930); atual de Heliodoro Balbi, desde 1953. A praça já esteve fragmentada em três partes: denominadas de Gonçalves Dias (local do original Café São Jorge ou do Pina), de Heliodoro Balbi e de Roosevelt (seção situada após a rua Marcílio Dias). A população, no entanto, teima em alcunhá-la de – Praça da Polícia.


Quando da sua aquisição, o Palacete Garcia destinava-se a abrigar a Tesouraria Provincial, porém, acolheu diversas repartições públicas. Já abrigou a Assembleia Provincial, a Biblioteca Pública, a Repartição das obras públicas, o Corpo de Bombeiros, a Escola Normal, entre outras. A mais marcante, no entanto, foi a Polícia Militar, em especial, pelo duradouro período de ocupação (um século mais 10 anos), e porque em seus últimos dias ali esteve aquartelado seu comando superior.
  • Palacete Garcia
Em relatório lido na Assembleia Legislativa, em março de 1870, o governo anuncia a suspensão das obras do Palacete Garcia. Explicação: por “falta de tempo, e de operário e mesmo pela carestia dos materiais”. E adita, também pela pouca urgência do prédio frente a outros de maior interesse público. O ano, contudo, não descerra apenas com más notícias. Em dezembro, o diretor de Obras Públicas, Luís Martins da Silva Coutinho, relata que o edifício se encontrava “em condições de receber a cobertura”. Para isso, há madeira bastante tanto “para este fim”, quanto para o vigamento do teto do segundo andar.
  • Palacete Provincial II
O coronel José de Miranda da Silva Reis, presidente da Província (1870-72), em Relatório à Assembléia Provincial, a 25.03.1871, sustenta a interrupção dos trabalhos de construção do Palacete Provincial, sua nova denominação, “por ter se transformado em sorvedouro de numerário”.
  • Palacete Provincial III
Domingos Monteiro Peixoto, igualmente presidente da Província (1873-75), em 19.10.1873, reconhece a necessidade de concluir o imóvel. Certo de que ele traria benefícios ao erário público. Entende mais, que este poderia abrigar mais repartições provinciais, “pelas quais paga-se excessivos alugueis”. Dessa maneira, em portaria, dispõe pelo prosseguimento da edificação e contrata João José de Freitas Guimarães, tenente-coronel da Guarda Nacional, para essa finalidade. Valor da obra: 50:000$766 (cinquenta contos e setecentos e sessenta e seis) réis.


A despeito do interesse presidencial a obra evolui com embaraços, motivados pela deficiência de materiais de construção e empecilhos próprios da época.
  • Próprio provincial
Em 25.03.1874, o presidente Domingos Monteiro Peixoto relata: “acha-se concluído este próprio provincial”, falando do Palacete Provincial. No primeiro semestre a despesa feita com o prédio foi de 20:288$200 (vinte contos, duzentos e oitenta e oito mil e duzentos) réis, arremata o presidente.



  • Inauguração
A inauguração do Palacete Provincial ocorreu em 28.02.1875. Quem assinala o evento é o diretor das Obras Públicas, coronel Joaquim Leovigildo de Souza Coelho (foto), em exposição ao presidente da Província.






Instrumento da Banda com Palacete Provincial

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