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domingo, outubro 28, 2018

ELEIÇÃO GOVERNAMENTAL

Óbvio que a eleição deste ano possui nova peculiaridade. Caracterizou-se pelo quebra-pau, pelo bangue-bangue virtual, pela xingação, para dizer o mínimo, entre adversários. Não foram poucos os crimes cometidos em nome e contra este direito democrático, cabendo salientar a tentativa de homicídio contra um presidenciável.

Governador Amazonino Mendes, entre o presidente Sarney e o
prefeito de Lábrea, vendo-se ainda o general Leonidas Pires.
Registro publicado na revista Manaus Magazine, em 1989.

Outra característica que melhor sobressaiu: a opção pelo “novo”. Autêntico tsunami eleitoral varreu os quatro cantos do país, quase sem exceção, escapou apenas o Nordeste. Em Manaus, o velho tuxaua, encrencou-se diante do radialista, estreante no seu primeiro voo político mais altaneiro. Quem diria? Quem imaginaria? E eu me incluo nesse grupo de profetizador. Torci no primeiro tempo pelo Almeida, meu vizinho por algum tempo no Morro, por isso, usando do direito da idade, e para não me amargurar ainda mais, abandonei o pleito.

Assim, estou arrumado para encarar o novel governador: seja o velho ou o novo. Afinal, aprendi que as promessas de campanha não devem ser escritas, mas esquecidas, pois é o andar da máquina administrativa que ensina, às vezes com uso da palmatória (veja o caso de José Mello), e estabelece o valoroso desempenho do condutor.  

Frequento um grupo de oficiais aposentados da Polícia Militar, que estava centrado na reeleição do governador. Não deu. Imagino a turma da direção administrativa, em vários escalões, arrumando as gavetas, limpando a poeira dos moveis, organizando relatórios, enfim, pensando em novo emprego. Certo que há os desafetos que, rindo à vontade, esperam a oportunidade de assumir. Vivenciei este clima, de assumir um destacado cargo, quando da vitória do Boto Navegador, em 1982.

Lembro, enfim, conhecido colunista radiofônico que convoca, a cada contagem de votos os derrotados, para ocuparem o barco que zarpa para o “balatal”. Uns passageiros ainda retornam, outros, porém, naufragam nas correntezas ou são tragados pelas artimanhas de botos.

Oxalá, esse clima beligerante, e até criminoso, não se repita nas próximas eleições municipais. 

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