De autoria e responsabilidade de Nelson Porto, que nasceu em São Paulo, em 1923, mas foi criado no Rio de Janeiro, de onde partiu para Manaus, na condição de engenheiro da extinta Panair do Brasil. Aqui, foi professor e diretor da Faculdade de Engenharia da Ufam.
Interessou-se pela Filatelia, em 1941, e nunca mais se livrou dessa paixão. Tanto que, em 1969, promoveu a criação do Clube Filatélico do Amazonas, e exerceu sua presidência até sua morte em março de 2005. O Clube segue funcionando, em nossos dias sob a presidência do Jorge Bargas.
Nelson era igualmente competente apreciador de música clássica, razão pela qual constituiu com amigos um clube e, sobre o assunto, apresentava aos domingos programa noturno na Radio Rio Mar.
Sua coluna era publicada no Jornal do Commercio, donde retirei a pressente postagem, datada de 25 de fevereiro de 1986.
A ZONA FRANCA E A
FILATELIA
Próximo dia 28 a nossa Zona Franca
de Manaus estará completando 20 anos de existência. Os primeiros anos foram de
grande euforia para os amazonenses. Importávamos tudo: desde sorvetes alemães
até carros americanos (Malibu etc). Depois, o decreto 288 começou a ser
mutilado aos poucos. Restrições quase sempre exigidas pelos sulistas — iam
sendo feitas. E hoje, se ainda podemos nos orgulhar de sua existência, devemos
a alguns abnegados dirigentes que vêm lutando para sua preservação, sem o que,
em nossa opinião, o Amazonas não terá chances de se desenvolver.
O primeiro selo brasileiro referente
à Zona Franca surgiu em 13 de março de 1968. Um exemplar feio, com um facial de
10 centavos (saudosos tempos...) e uma tiragem de 3 milhões de exemplares (hoje
este selo está cotado pelo RHM em Cz$ 2,00). Em 1972 e 1977 a data passou em
brancas nuvens. Ninguém se lembrou...
Finalmente em 1982, mas muito
atrasado, surgiu em agosto um [selo] comemorando
os 15 anos da ZF. Com um facial de Cr$ 75,00 (que enorme diferença do
primeiro!!!) um belo selo figurando três mãos e uma paisagem amazônica,
apareceu. Agora, que vamos comemorar os 20 anos, somente se lembraram de mandar
fazer um carimbo (pelo menos...).
E no dia 23, iniciando uma série de
eventos, na Sala João Donizetti, no Cecomiz, será o carimbo aposto em selos e
envelopes daqueles que lá forem. Ilustramos nossa Coluna com o desenho de tal
carimbo.
NOTICIÁRIO
— Este
mês de fevereiro em verdade não terá nenhum lançamento filatélico, a não ser o
carimbo acima e outros especiais que a ECT mostra em seu Informativo 2/87.
Selos, somente em março: dia 5, um selo comemorando o 1° Centenário do
nascimento de Heitor Villa-Lobos; dia 20, dois selos focalizando o Correio
Rural e o Correio Acelerado Internacional; e, sem data definida, um selo
mostrando a participação da FAB no Programa Antártico Brasileiro. Maiores
informações mais tarde.
— Continua
em exposição na nossa AF [Agência Filatélica], os "Máximos Postais"
brasileiros de Jorge Bargas da Silva. E, para o dia 18, a ECT promete enviar a
coleção: Tradição e Cultura Popular Brasileira. Aguardemos.
— Anuncia
a Administração Postal das Nações Unidas o lançamento em 30 de janeiro passado
de três selos homenageando Trygve Lie, que foi secretário-geral da ONU por sete
anos. Quem tiver interessado em adquirir tais selos pode escrever para:
Comendador Adalberto Marcus, Praça da República 270—s1; CEP 01045, São Paulo.
— Uma
interessante série que os Estados Unidos vêm lançando com certa regularidade
refere-se à "Herança Negra" em sua história. Foram os personagens de
cor que muito fizeram para o progresso americano, em todos os campos. Neste
1987, já surge mais um deles: homenagem a Jean Baptiste Point Du Sable, com um
facial de 22 cents. Também ilustramos nossa Coluna com este selo.
— Próximo
mês de março deverão estar à venda os classificados que a ECT lança todos os
anos, com os selos do ano anterior. Já informamos a nossos leitores que, o de
agora, com os selos de 1986, não trará bloco da Copa. Este ano já está sendo
vendido no Rio de Janeiro a Cz$ 100,00.
—
Continuam as dificuldades para se conseguir “classificadores” do Sul. Os
habituais fornecedores informam que ainda não podem enviar lista, aguardando
novos preços. E dizem que o novo RHM, que certamente virá em abril, terá
aumentos substanciais em nossos selos...
Toda correspondência para esta Coluna pode ser
enviada à CP 581—69011 Manaus-Amazonas.
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