Escrivaninha existente na Sala Arthur Reis - sede do IGHA |
Na passagem
de seu cinquentenário, o IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas) promoveu
festas jubilares. Sob a presidência do saudoso desembargador João Pereira
Machado Júnior, na semana de aniversário, a Casa
de Bernardo Ramos ofereceu um encontro literário a cargo do falecido padre
Raimundo Nonato Pinheiro, que proferiu palestra sobre um vulto nacional.
Quem nos
detalhou essa reunião foi o jornalista André Jobim, em sua coluna dominical -Velhos Tempos, encartada no matutino O Jornal (edição de 30 de abril de 1967),
aqui reproduzida.
VELHOS TEMPOS
Abrimos colunas para registrar a segunda noite de esplendor
literário e histórico, que realizou o instituto Geográfico e Histórico do
Amazonas, com a conferência do Professor João Mendonça de Sousa, sobre o tema “Sílvio
Romero na Literatura Luso-brasileira”.
Noite de encantamento foi, inegavelmente, a de 20 de março de
1967, que surgem aos nossos olhos, magnífica, em prosseguimento às festividades
de comemoração do cinquentenário.
Precisamente às 20h30, com a presença de elevado número de
pessoas convidadas, autoridades civis e militares, o Des. André Vidal de
Araújo, assumindo a presidência, na falta justificável do presidente Des. João
Pereira Machado Júnior, disse dos propósitos e da elegância das festividades do
Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, tecendo comentários elogiosos ao
conferencista da noite, sem favor uma das brilhantes figuras da
intelectualidade amazonense, dando a seguir a palavra ao Orador Oficial, padre
Raimundo Nonato Pinheiro, que, na sua proverbial e bonita oratória, completou
a apresentação do conferencista,
dissertando também, sobre a personalidade de Sílvio Romero, seu patrono na
Academia Amazonense de Letras.
Com a palavra, o conferencista depois de saudar os presentes,
com a beleza da sua linguagem, desenvolveu o seu belo tema sobre o grande
brasileiro, prendendo o auditório pela vibração de sua conferência, marco que
plantou uma oportunidade naquele silogeu, para que, possam as gerações futuras
continuar a estudar e a cultuar o belo da literatura brasileira e o valor
histórico de nossa raça.
Ao finalizar, recebeu o professor João Mendonça de Souza os
aplausos merecidos da seleta assistência, tendo o presidente Des. André Vidal
de Araújo reafirmando o seu agradecimento aos presentes, destacando a presença
do Dr. Djalma Batista, intelectual de finos méritos e Presidente da Academia
Amazonense de Letras, a nossa festa, bem como a presença dos representantes dos
Srs. Secretário da Fazenda, do Ministério do Trabalho e demais autoridades
civis e militares à grande noite vivida pelo Instituto Geográfico e Histórico
do Amazonas, nas solenidades do seu cinquentenário.
Mais uma vitória recebeu a “Casa da Memória Amazonense” que,
mais uma vez surge para o seu esplendor de outrora...
Suas fachadas, museus e salas de biblioteca bem iluminadas,
deixou na retina de todos, a majestade de sua presença na vida atuante do povo
amazonense e do Brasil, dando um adeus, muito reverente, ao esquecimento a que
fora relegado, passagem negra de sua existência que a história jamais registra
porque, nunca mais se repetirá...
Cumpre agora aos governos do Estado e do Município tomar nota de
seu ressurgimento e colocá-lo devidamente, nas agendas de seus departamentos de
Turismo e Propaganda, para que se saiba, lá fora, que o Amazonas possui uma
casa de tradições gloriosas e esta é, sem sombra de dúvidas, o Instituto
Geográfico e Histórico do Amazonas, que abertos estão os seus museus e salões
de biblioteca, para estudo e pesquisa daqueles que nos visitam e desejam
estudar.
Também, não deixaremos jamais de registrar a ajuda que nos deu,
o ex-governador, professor Artur Cezar Ferreira Reis, secretário-perpétuo do
grande sodalício.
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