CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

segunda-feira, abril 25, 2016

CENTENÁRIO DO IGHA - NOTAS

Escrivaninha existente na Sala Arthur Reis - sede do IGHA
Na passagem de seu cinquentenário, o IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas) promoveu festas jubilares. Sob a presidência do saudoso desembargador João Pereira Machado Júnior, na semana de aniversário, a Casa de Bernardo Ramos ofereceu um encontro literário a cargo do falecido padre Raimundo Nonato Pinheiro, que proferiu palestra sobre um vulto nacional.
Quem nos detalhou essa reunião foi o jornalista André Jobim, em sua coluna dominical -Velhos Tempos, encartada no matutino O Jornal (edição de 30 de abril de 1967), aqui reproduzida.    


VELHOS TEMPOS

Abrimos colunas para registrar a segunda noite de esplendor literário e histórico, que realizou o instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, com a conferência do Professor João Mendonça de Sousa, sobre o tema “Sílvio Romero na Literatura Luso-brasileira”.
Noite de encantamento foi, inegavelmente, a de 20 de março de 1967, que surgem aos nossos olhos, magnífica, em prosseguimento às festividades de comemoração do cinquentenário.

Precisamente às 20h30, com a presença de elevado número de pessoas convidadas, autoridades civis e militares, o Des. André Vidal de Araújo, assumindo a presidência, na falta justificável do presidente Des. João Pereira Machado Júnior, disse dos propósitos e da elegância das festividades do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, tecendo comentários elogiosos ao conferencista da noite, sem favor uma das brilhantes figuras da intelectualidade amazonense, dando a seguir a palavra ao Orador Oficial, padre Raimundo Nonato Pinheiro, que, na sua proverbial e bonita oratória, completou a  apresentação do conferencista, dissertando também, sobre a personalidade de Sílvio Romero, seu patrono na Academia Amazonense de Letras.

Com a palavra, o conferencista depois de saudar os presentes, com a beleza da sua linguagem, desenvolveu o seu belo tema sobre o grande brasileiro, prendendo o auditório pela vibração de sua conferência, marco que plantou uma oportunidade naquele silogeu, para que, possam as gerações futuras continuar a estudar e a cultuar o belo da literatura brasileira e o valor histórico de nossa raça.
Ao finalizar, recebeu o professor João Mendonça de Souza os aplausos merecidos da seleta assistência, tendo o presidente Des. André Vidal de Araújo reafirmando o seu agradecimento aos presentes, destacando a presença do Dr. Djalma Batista, intelectual de finos méritos e Presidente da Academia Amazonense de Letras, a nossa festa, bem como a presença dos representantes dos Srs. Secretário da Fazenda, do Ministério do Trabalho e demais autoridades civis e militares à grande noite vivida pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, nas solenidades do seu cinquentenário.

Mais uma vitória recebeu a “Casa da Memória Amazonense” que, mais uma vez surge para o seu esplendor de outrora...

Suas fachadas, museus e salas de biblioteca bem iluminadas, deixou na retina de todos, a majestade de sua presença na vida atuante do povo amazonense e do Brasil, dando um adeus, muito reverente, ao esquecimento a que fora relegado, passagem negra de sua existência que a história jamais registra porque, nunca mais se repetirá...

Cumpre agora aos governos do Estado e do Município tomar nota de seu ressurgimento e colocá-lo devidamente, nas agendas de seus departamentos de Turismo e Propaganda, para que se saiba, lá fora, que o Amazonas possui uma casa de tradições gloriosas e esta é, sem sombra de dúvidas, o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, que abertos estão os seus museus e salões de biblioteca, para estudo e pesquisa daqueles que nos visitam e desejam estudar.


Também, não deixaremos jamais de registrar a ajuda que nos deu, o ex-governador, professor Artur Cezar Ferreira Reis, secretário-perpétuo do grande sodalício.   

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