Capa do livro sobre Ribeiro Junior, 1997 |
Em
1955, o jornalista Arlindo Porto promoveu um movimento para cultuar a gratidão
do Amazonas a esse benfeitor. Com sucesso, o nome de Ribeiro Junior batizou a
praça organizada atrás do Quartel da Praça da Polícia, hoje Palacete
Provincial. (Ali residi no nº 348, Edifício Lilac, ap 03). Neste logradouro
foi instalada uma herma com o busto do homenageado, desaparecido com a reforma do prefeito Jorge Teixeira.
No cinquentenário da rebelião, organizou-se uma manifestação nesta
praça, em que compareceu a filha de Ribeiro Junior, Yara Ramos Ribeiro, que
pronunciou o discurso que abaixo vai reproduzido. Sua publicação ocorreu no
diário A Crítica, em julho de 1974.
CINQUENTENÁRIO DA
REVOLUÇÃO DE 1924
Yara Ramos Ribeiro
Não pretendo fazer um
relato histórico sobre a REVOLUÇÃO
DE 23 DE JULHO DE 1924. Não pretendo, tão pouco, retratar a figura do Militar, do Revolucionário,
do Político, do Governador, do Parlamentar, do Homem de Estado, enfim, do
Redentor do Amazonas.
Quero, apenas, neste 23
de julho de 1974, pedir ao Povo de Manaus - que, por gratidão, perpetuou a
imagem de seu Redentor no bronze - que compareça à Praça Ribeiro Júnior, para saudar o Cinquentenário da Revolução de 1924.
Quero, tão somente, como
amazonense que sou, dizer OBRIGADA, MUITO OBRIGADA, MEU PAI.
Quero relembrar a
alegria imensa, o enorme orgulho que experimentei, a 23 de julho de 1955,
quando inaugurei a Praça Ribeiro Junior, e pisei o chão da minha terra ali
mesmo, junto ao 27 BC de onde saiu meu pai, a 23 de julho de 1924 para devolver
ao povo do Amazonas o que lhe
fora roubado num governo de tirania.
Ali, onde ecoava ainda o
timbre possante de sua voz, na
palavra fluente de Hemetério Cabrinha. Ali, ao lado de Filadelfo de Moraes, seu
melhor e mais fiel soldado. Ali, junto a Elda Biton e Eunice Serrano,
representantes da Mulher Amazonense, que participou ativamente da Revolução de
1924.
Ali, naquele pedaço de
terra onda nasci, para perpetuar a figura do Revolucionário, para agradecer,
junto ao meu Povo, o que meu pai fez pelo Amazonas. Ali, pera saudar Ribeiro
Júnior, como sei que foi e será sempre saudado pelo povo do Amazonas.
Ali, para saudar seus
companheiros de luta, comandante Simas – o único que tive a satisfação da
conhecer pessoalmente – Azamor, Lemos Cunha, Barata, Dubois e tantos outros que
tomaram parte na Revolução de 1924.
Cinquenta anos são passados. Poucos daqueles que participaram da
Revolução, que a assistiram, ainda estão vivos. Mas, em cada amazonense, há de
restar a lembrança da palavra de um pai, de um irmão, de um parente, enfim, que
o fez conhecer Ribeiro Júnior.
Ribeiro Junior, esse homem,
cuja própria vida, tão curta, não passou de um cinquentenário vivido
intensamente, marcado pela
inteligência, pela disciplina, pela honestidade, pela perseverança, pela força
intensa de sua personalidade marcante, que o levou ao
mais alto lugar que um homem pode aspirar: o seu lugar na História de sua
Pátria.
Do Aspirante que, em Porto Alegre, rapaz
ainda, encontrou a companheira de sua vida na gauchinha que só a desposou
depois de sua maioridade, por
imposições de família; do tenente que chegando a Manaus em março de 1924, a 23 de julho do mesmo ano depõe um
Governo de tirania, redimindo um povo sofredor e oprimido; do Governador
justiceiro e honesto, que realizou o Tributo da
Redenção; do tributo que encantava as plateias com sua voz retumbante, firme e sempre
esperançosa; do Oficial que lutou em seu posto, até o fim, mesmo perseguido
implacavelmente por seus inimigos políticos; do líder, enfim, que sempre se
destacou em qualquer de suas atividades, em todas as fases
de sua vida, ficou o homem que se integrou na História do Amazonas, na
História de sua Pátria.
O tempo não destrói a história, nem seus
ídolos e heróis. Ao contrário, os faz renascer; ressalta-os e transporta-os para os tempos atuais. Surpreendi-me, em 1955, ao chegar a Manaus para inaugurar a Praça Ribeiro Junior,
e deparar com a enorme multidão que aguardava a filha de Ribeiro Junior, no
Aeroporto de Ponta Pelada. Guardo, com imenso carinho, recortes de jornais e fotos desse meu Povo
todo, dos amigos de meu Pai, saudando
sua memória, fazendo-o eterno na gratidão dos Amazonenses.
Assim como nós, seus filhos,
faremos eterno através da lembrança sempre presente, de sua imagem exuberante,
de sua figura homem íntegro, da
sua inteligência, de todos os
seus feitos, que se transportam
para seus netos e seus bisnetos, na história dos tempos, através de um legado precioso, de uma herança de que tanto nos orgulhamos.
Em seu livro Razões de Estado, dedicado à minha Mãe, está escrito:
"Deste-me os Filhos; aqui tens o Livro. Nossos filhos plantarão as
árvores". Frutificamos à sombra da semente plantada, alimentada por magníficos exemplos,
gerando frutos belos e sadios. À
sombra dessa frondosa árvore, à sua sombra, à sombra de nossa Mãe.
Hoje, seguindo cada
exemplo, ditados aos mais novos todos os ensinamentos, podemos ver, à sombra da
árvore com tanto amor plantada,
nossa Família, que cresce e perpetua
o nome que tanto nos orgulha. Foram 9 filhos,
são 17 netos e 23 bisnetos, que ramificam
essa enorme árvore, fazendo-a crescer, cada
vez mais e sempre.
Bom dia, Por volta de 1982 , assisti uma apresentação de uma tese de PhD, Sobre a Revolução Tenentista em Manaus, na Faculdade de Contabilidade e Administração, que funcionava na rua Monsenhor Coutinho com Constantino Nery. A professora era do ICHL, não lembro nome. foi excelente, e fascinante a apresentação. lembro que no auditório tinha muitas "feras" do ICHL. . Eu era da UESA União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas. co as " lendas " Vicente Filizzola, os que partiram Francisco Savio , Selma e Sandro Basal . Se consegui resgatar esse material por gentileza avise.
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