Brasão do Corpo de Bombeiros |
O centenário periódico Jornal do Commercio vem há década promovendo a circulação de uma
edição especial pelo aniversário de Manaus. Assim, no passado dia 24, para
rememorar os 345 anos de existência da capital amazonense, novo caderno
circulou. Agora mais expandido, pois descreve, ainda que sucintamente, “a
história dos seus bairros e da região metropolitana”.
Além do campo de abrangência da publicação, um ente
governamental foi apreciado: o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas. Coube ao
jornalista Evaldo Ferreira (eferreira@jcam.com.br) a produção da matéria, que vai aqui reproduzida por
dois motivos: renovando minha homenagem aos Bombeiros, em nome do coronel BM
Roberto Rocha e, segundo, porque a matéria mencionada utilizou meu trabalho
sobre a corporação dos “homens e mulheres do fogo”.
Meus agradecimentos, pois, ao comandante e ao amigo
jornalista.
Uma
história resumida a salvar
Eles chamam a atenção por onde passam, sobre o carrovermelho, com sirene apitando e pressa, muita pressa, poisseu trabalho se resume a salvar vidas e bens em situaçõesde tragédia, os bombeiros. Como heróis que a profissão osforça a ser, os heróis do fogo (e em muitos casos, das águas,também), como são conhecidos acabaram de ganhar umahomenagem digna de seus méritos, o livro "Bombeiros doAmazonas: retrospectiva 1876-1998", escrito pelo coronelPM da reserva e historiador Roberto Mendonça, e editadopela Editora Travessia.No livro, Mendonça recorda os primeiros incêndios ocorridosem Manaus, muito antes mesmo da existência dos bombeiros."Estruturei esta obra em três fases", escreveu o historiador
na apresentação do livro, "a primeira narra desde a criação
do serviço de extinção de incêndios até meados do século
passado, cujo balizamento foi a passagem desse ofício para a
competência da Prefeitura de Manaus. A segunda, iniciada
em 1951, prospera até 1973, quando o Corpo de Bombeirosde Manaus foi incorporado à Polícia Militar do Amazonas.
A terceira, com duração de 25 anos, cobre aresponsabilidade do Estado com os serviços, enquantocompetência da Força Pública. A partir de 1998 abre-senovíssima idade, quando o encargo do combate ao fogoprossegue com o Estado, porém, desvinculado da PolíciaMilitar, a corporação veleja autônoma".A história dos incêndios em Manaus começa com grandes
catástrofes como a ocorrida em 2 de julho de 1850, poucos
meses antes de o Amazonas se tornar província quando a
igreja matriz desapareceu consumida pelas chamas, ou com
o incêndio do trem de guerra (conjuntos de petrechos que
acompanham a força terrestre) acontecido em junho de 1874.
"Durante cerca de uma hora, rezam as crônicas, a cidade
inteira ouviu aterrados os estampidos provenientes dacombustão do trem de guerra... ", escreveu o historiadorMário Ypiranga Monteiro.Emancipados e profissionaisNa década de 1950, conforme Roberto Mendonça, teveinício o segundo período na história dos bombeiros mas,como até aquela época, os integrantes da instituiçãotinham que ser heróis duas vezes. "Nesse ano (1953), aindarestavam em apreciáveis condições de utilização um acervode peças e equipamentos para o combate a incêndios. Aautobomba, a diesel, marca Henshell, de fabricação alemã,adquirida em 1937 que, por falta de manutenção e peças dereposição, repousava em um depósito de veículos inservíveisda prefeitura", escreveu, ou "O carro bomba, mais bomba quecarro, deixou uma impressão entre amarga e bizarra. (...) osbombeiros realizavam todos os serviços pra a Prefeitura (1955 e1957), menos de bem combater o fogo".O terceiro período começou após 1972, quando finalmente oCorpo de Bombeiros se profissionalizou passando a integrar aPolícia Militar. "Consolidada a incorporação, em dezembro de1972, desembarca em Manaus uma missão francesa. Na direção,monsieur Robert Abbadie, oficial superior dos bombeiros deParis, acompanhado de engenheiros civis. De retorno à França,essa equipe produziu um Memorial, expondo ao governoamazonense as necessidades materiais para melhor adequar acorporação".A partir de 1998, houve a emancipação do Corpo de Bombeiros,da Polícia Militar, conforme o Artigo 55, da Emenda Constitucionalnº 31, de 26 de novembro. "A resolução legislativa apontou novadefinição aos seus integrantes e consolidou sua destinação eincumbência de dirigentes, contudo, entre partidas e tropeços,atingiram a esse patamar"."Marcar a história de forma positiva é um desafio para qualquergestor. As dificuldades são muitas. O dia a dia é repleto deempecilhos e entraves. Porém, a despeito de tudo isso, não hánada mais gratificante que ver sonhos se tornando realidade, veraquilo que todos julgavam ser impossível ganhar forma, fazercrescer essa grande corporação que tanto bem faz à sociedade.
O livro do coronel Roberto Mendonça só vem nos mostrar isso. Eleé bom tanto para quem é da corporação quanto para quem querconhecer a sua história desde os primórdios", concluiu o coronelRoberto Rocha Guimarães da Silva, comandante-geral do CBMAM;secretário-executivo de Ações de Defesa Civil e presidente doConselho Nacional de Gestores Estaduais de Proteção e DefesaCivil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário