Página (18) da Revista1 do Madrugada, 1955 |
Ainda em
nossos dias, outra robusta discussão se trava sobre a denominação do Clube da Madrugada (CM). Quanto
ao período do dia escolhido não restam dúvidas. Os membros dessa congregação
conversavam e debatiam preferencialmente sob a luz das estrelas e, entre
distraídos e empolgados, alcançavam a antemanhã. E Clube? Porque indica
associação, coletividade, grêmio e por aí a fora, ideia talentosa do
inesquecível poeta Luiz Bacellar.
Tudo bem. Mas,
qualquer clube merece ou exige regras básicas que possam disciplinar as
atividades do grupo e de seus associados. No primeiro instante, tal burocracia
foi escusada, um ano depois, porém, em franca expansão, o CM resolveu editar uma
revista.
Novamente, em
conversa vai e vem com o poeta Jorge Tufic, fundador e o grande cronista do Madrugada, aprendi bem mais. Indicou-me seu
livro sobre os 30 anos desta
associação, que ainda me orienta. De fato, ali encontrei a descrição sobre a
primeira constituição, na verdade, seu Manifesto. E sua Revista.
Já tratei deste manifesto em postagem Madrugada1, de 22 de junho do ano passado, plagiando o título da revista. Revista que se tornou a “primeira e última”, em razão da crise financeira que assolava o cube, ou melhor, seus abnegados integrantes. Escreve o cronista mor que “projetos para novas edições” não faltaram. Faltaram foram os anúncios, a propaganda.
O ano de 1961, sob a direção de Aluísio Sampaio, tornou-se emblemático para o Madrugada. Em parceria com O Jornal, da empresa Archer Pinto, então o mais influente matutino estadual, o CM passou a publicar uma página na edição de domingo. Esse trabalho prosperou por mais de dez anos, oportunizando a publicação de inúmeros trabalhos do grupo. Não somente os trabalhos literários, o clube, com sua página e sua parceria, foi capaz de promover diversos eventos culturais, marcados por “duas feiras gigantes”, uma, na praça da Matriz, e outra, na Ponta Negra.
Este material, com as publicações do CM, segue
reclamando sua recuperação, que saia do limbo e que, editadas e publicadas,
possam servir a quantos estudiosos se debruçam sobre esse movimento literário,
acontecido em Manaus.
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